Inteligência artificial pode detectar tumores cerebrais muito pequenos

Por Vivaldo José Breternitz

A inteligência artificial (IA) pode estar dando um passo notável: tornar-se capaz de detectar tumores cerebrais minúsculos que frequentemente não são percebidos por exames tradicionais de ressonância magnética.

Segundo o portal BGR, a descoberta, fruto de uma pesquisa conduzida pelo Netherlands Cancer Institute em parceria com a startup belga Robovision Healthcare, reforça o papel transformador da IA na medicina.

O feito ganha ainda mais relevância quando se considera que as metástases cerebrais são o tipo mais comum de tumor no sistema nervoso central, afetando até 17% dos pacientes adultos com câncer. Apesar da alta incidência, a detecção precoce é um desafio, pois os tumores muitas vezes têm menos de 3 milímetros, o que dificulta sua identificação através das imagens geradas por ressonâncias.

Esse cenário, porém, pode estar prestes a mudar. Um estudo publicado na revista Radiology avaliou o desempenho da BrainMets.ai, a nova IA desenvolvida pela Robovision, e revelou uma acurácia de 97,4% na detecção de lesões. O índice varia conforme o tamanho do tumor: a IA identificou corretamente 100% dos casos com lesões de 12 mm ou maiores, 98% entre 6 e 12 mm, 97,9% entre 3 e 6 mm e 93% das lesões menores que 3 mm.

O avanço é promissor e se soma a outros desenvolvimentos recentes no campo da saúde. Pesquisadores já criaram algoritmos capazes de identificar sinais iniciais de Alzheimer apenas pela análise da voz e, em alguns casos, detectar certos tipos de câncer com até 99% de precisão.

Apesar dos resultados impressionantes, especialistas ressaltam esse tipo de ferramenta não pode substituir médicos, mas sim potencializar o diagnóstico precoce, pois a combinação da expertise humana com a agilidade da IA permite processar grandes volumes de dados de forma mais rápida e precisa.

Para isso, no entanto, é essencial treinar os algoritmos com dados de qualidade e equipes qualificadas, pois o desempenho da IA depende diretamente disso para evitar diagnósticos falsos e erros conhecidos como “alucinações” da IA.

É improvável que a inteligência artificial se torne infalível. Mas com a supervisão humana adequada, ela não precisa ser perfeita – apenas mais rápida e eficaz em encontrar os pacientes que realmente precisam de atenção urgente.


*Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor e consultor.

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