A inteligência artificial e a saúde do futuro

Por Paulo Marcos Senra Souza

Qual será o perfil do profissional médico em um cenário em que a tecnologia digital e a IA estarão disseminadas? E em quantos anos mudaremos o currículo e o perfil dos profissionais da saúde para incorporar técnicas de programação básica e técnicas de IA? Já temos a 1ª escola de medicina que incorpora IA no currículo trata-se da Imperial College de Londres que já tem cursos nas áreas Clínica, Cardiovascular e Imagiologia.

A saúde está doente, mas a IA – inteligência artificial – se aplicada, poderá salvá-la de um desfecho desastrado?

IA – Inteligência Artificial, ( Artificial Intelligence; Machine Learning; Deep Learning ) termo criado por John McCarthy em 1956 , é um conjunto de técnicas e algoritmos matemáticos que exibem comportamentos que nos parecem ser inteligentes. A IA está apenas no início, a exemplo da internet há 20 anos quando ainda não existiam os smartfones, a Amazon era uma livraria online e o Google recém iniciava. Naquela época a internet era usada apenas em desktops.

O grande impulso da IA moderna ocorreu em 2012 quando 02 alunos de doutorado do “vovô da IA” Geoffrey Hinton (University of Toronto) apresentaram um algoritmo de rede neural (“Deep Learning”) convolucional revolucionário no desafio ImageNet de Florença (Itália) que venceu o mercado por uma margem colossal de 10,8% pontos, que foi 41% melhor que o segundo colocado. Aqui foi a grande virada da IA moderna e dessa forma podemos falar em uma maturidade de 08 anos da IA e que ainda tem muito (muito mesmo) a evoluir!

A IA é uma tecnologia transformadora, que vai mudar e moldar os avanços no futuro, da mesma maneira que a imprensa, os motores à combustão, a eletricidade, os computadores foram determinantes para a época.

O principal objetivo dos sistemas de IA, é executar funções que, caso executadas por um ser humano, seriam consideradas inteligentes. É um conceito muito amplo, e que recebe tantas definições quanto os diferentes significados que damos à palavra inteligência. Podemos pensar em algumas características básicas desses sistemas, como a capacidade de raciocínio (aplicar regras lógicas a um conjunto de dados disponíveis para chegar a uma conclusão), aprendizagem (aprender com os erros e acertos de forma que no futuro agirá de maneira mais eficaz), reconhecer padrões (tanto padrões visuais e sensoriais, como também padrões de comportamento) e inferência (capacidade de conseguir aplicar o raciocínio nas situações do nosso cotidiano).


*Paulo Marcos Senra Souza é médico, mestre e doutorando em Saúde Coletiva – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

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