Da IA ao metaverso: os avanços que estão moldando o futuro

Por Rogério Reis

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, com uma população diversa e, muitas vezes, enfrentando desafios de acesso a serviços de saúde, cada avanço que garante mais segurança e assertividade no cuidado é, de fato, revolucionário. Sabemos que tecnologias de ponta ainda não são uma realidade em todo o sistema de saúde, mas vivenciamos, na prática, a necessidade de ampliar o uso da inteligência artificial (IA), realidade virtual, metaverso e robótica, que estão remodelando o ambiente hospitalar, tornando-o mais seguro, eficiente e centrado no paciente. Aliadas poderosas para ampliar a nossa capacidade de cuidar.

O uso da tecnologia para prevenir erros e promover decisões clínicas mais embasadas tem o potencial de transformar profundamente a forma como cuidamos das pessoas — especialmente nos momentos em que elas estão mais vulneráveis. Segundo o estudo Inteligência Artificial na Saúde: potencialidades, riscos e perspectivas para o Brasil, publicado em setembro de 2024 pelo Cetic.br/NIC.br, a IA pode revolucionar o sistema de saúde ao permitir diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e uma gestão mais eficiente dos recursos, promovendo uma abordagem mais proativa e centrada no paciente.

Aqui, posso citar diversos exemplos que já estão sendo utilizados no Brasil. Um deles é uma plataforma que utiliza a IA para cruzar interações medicamentosas, dados clínicos do prontuário e de exames laboratoriais prevenindo possíveis efeitos adversos. Essa ferramenta não só aumenta a segurança assistencial, mas também otimiza o tempo de atendimento, permitindo que as equipes se concentrem no cuidado humano e integral.

Para o tratamento de doenças cardiovasculares – que continuam sendo a principal causa de morte no Brasil – cito um sistema baseado em inteligência artificial que tem uma solução para priorizar automaticamente os laudos dos eletrocardiogramas com sinais de alerta. Na prática, funciona assim: os eletrocardiogramas realizados nos hospitais ficam armazenados em nuvens e são filtrados por algoritmos de inteligência artificial. Os que apresentam alterações são priorizados para laudo.
Em hospitais como o Nove de Julho e o Hospital Brasília, vimos um aumento de 82% nos tratamentos de fibrilação atrial. Mas não são apenas números: são pessoas que receberam um diagnóstico a tempo, que tiveram acesso a um tratamento mais eficaz e que voltaram para casa mais cedo, com mais qualidade de vida, para estar junto de quem os ama.

A inovação vai além do diagnóstico. A realidade virtual e o metaverso estão ajudando as equipes cirúrgicas a planejar procedimentos de maneira mais assertiva. Com a reconstrução de imagens em 3D, é possível simular procedimentos com precisão, antecipar desafios e tomar decisões com mais segurança. Isso significa menos tempo em sala cirúrgica, menos complicações e uma recuperação mais rápida para o paciente. Significa, de novo, mais cuidado.

Essas tecnologias não substituem o toque, o olhar atento, a empatia e o acolhimento em um momento delicado de saúde. Pelo contrário, elas potencializam a nossa capacidade de estar presentes e fazer mais, com mais qualidade e respeito à singularidade dos pacientes. Além da IA ser benéfica no diagnóstico, ela é uma aliada na rotina dos médicos. Em setembro de 2024, a plataforma de saúde Medscape identificou que 67% dos médicos no Brasil gastam mais de 10 horas semanais com burocracia e a IA generativa surge como aliada para amenizar esse problema.

Acredito profundamente que o futuro da saúde passa por essa integração entre ciência e sensibilidade. Um hospital inteligente não é aquele com um parque tecnológico moderno — é o que usa a tecnologia para escutar melhor, diagnosticar mais rápido e cuidar com mais profundidade. Cuidar com tecnologia é, no fim, dar uma assistência mais assertiva e, consequentemente, melhor.


*Rogério Reis é vice-presidente de Hospitais da Rede Américas.

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