Como a IA impulsiona diagnósticos mais rápidos e precisos no Brasil
Por Andréa Lamosa
A medicina diagnóstica encontrou na inteligência artificial (IA) uma ferramenta importante para ampliar a eficiência operacional e potencializar a entrega de diagnósticos laboratoriais e por imagem. Sua utilização está cada vez mais frequente em um mercado em constante crescimento. Dados do último DNA do Diagnóstico, painel da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), mostram que 2,3 bilhões de exames foram realizados em 2023, um crescimento de 11% em comparação com o ano anterior. A saúde suplementar foi responsável por pouco mais da metade dos procedimentos: 1,2 bilhão, gerando uma receita de R$ 48,9 bilhões.
Sou uma grande entusiasta dessa sinergia entre otimização de processos e inovações tecnológicas, que se traduz em diagnósticos ainda mais rápidos e precisos, com inúmeros benefícios para o paciente e para o setor de saúde.
Imagine, por exemplo, um sistema capaz de analisar milhares de amostras com velocidade e acurácia impressionantes, identificando padrões sutis que poderiam escapar ao olhar humano. Para ilustrar essa realidade, trago o exemplo do Núcleo Técnico-Operacional da Dasa, no Rio de Janeiro, onde, depois de receber amostras de mais de 180 unidades, são processados mais de 7 milhões de exames por mês. Nas fases mais importantes da operação, ferramentas sofisticadas de IA e equipamentos de ponta analisam lâminas de patologia, auxiliando na detecção precoce de cânceres com uma precisão que pode superar a dos métodos tradicionais, como acontece com a biópsia líquida.
Outros exemplos são os sistemas que agilizam a entrega de exames de urinocultura, com liberação do resultado para o paciente, em caso negativo, em até 12 horas —, e a tecnologia de IA para análise parasitária, que garante alta precisão com menor intervenção humana. Essa eficiência operacional reduz o tempo de espera do paciente e aumenta ainda mais a segurança das análises.
O diagnóstico precoce e a agilidade nos resultados, impulsionados pela automação e pela IA, reduzem a ansiedade do paciente e permitem que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, impactando positivamente o prognóstico.
Essa realidade representa um marco transformador na maneira como os cuidados com a saúde são conduzidos e acessados. Nesse contexto, as tecnologias de IA não substituem os médicos, mas atuam como um parceiro valioso, aprimorando a exatidão de especialidades como radiologia, patologia, microbiologia e genômica. Na prática, estamos identificando doenças de maneira mais ágil e em diferentes etapas do processo.
*Andréa Lamosa é superintendente de relacionamento médico dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, da Dasa no Rio de Janeiro.