Estudo rastreia ISTs em mulheres de áreas remotas na Amazônia
Um estudo inédito realizado pela equipe da Inside Diagnósticos, laboratório brasileiro de alta complexidade e de soluções in company, será destaque no Eurogin, congresso internacional com foco em prevenção e diagnóstico das infecções por HPV e cânceres associados. O evento será realizado na Suécia, entre os dias 13 e 16 de março.
O estudo a ser apresentado pela equipe da Inside Diagnósticos, sob o comando de Marco Antonio Zonta, líder do grupo de pesquisas em Oncologia Molecular, diretor científico da Inside e pesquisador do programa do mestrado profissional do Instituto Butantã, trata do rastreamento de Papilomavírus humano e onze ISTs em mulheres que residem em áreas remotas da Amazônia.
Conforme Zonta explica, a taxa de incidência do câncer de colo de útero é alta no Brasil, particularmente nos estados do Amazonas e Roraima, onde as comunidades ribeirinhas vivem em áreas remotas, sem acesso ou com acesso limitado a serviços de saúde. “Além disso, são populações que vivem em profunda desigualdade social e econômica na comparação com o restante do país. Isso contribui para a sua vulnerabilidade”, informa o especialista.
Foram pesquisadas amostras cervicais de 123 mulheres, na faixa etária de 14 a 78 anos, que atualmente vivem em comunidades ao longo dos rios Negro e Madeira, no Estado do Amazonas.
A prevalência do HPV foi de 25,4%. Entre as mulheres infectadas, seis (19,4%) estavam infectadas por tipos de baixo risco oncogênico e 19 (61,3%) mulheres estavam infectadas por tipos de alto risco. Onze mulheres (35,5%) estavam infectadas com dois ou mais tipos. O HPV-16 (19,4%, 6/31), HPV-31, HPV-45 e O HPV-53 (12,9%, 4 de 31 mulheres cada) foram os tipos mais detectados. A prevalência global de outras IST foi de 72,4% (89/123 mulheres).
“Nosso estudo mostrou que existe um alto índice de prevalência de ISTs e infecções por HPV de alto risco oncogênicos entre mulheres que vivem nestas comunidades. Esses dados são fundamentais para a elaboração de políticas públicas e para a formulação de melhores práticas de abordagem sobre como rastrear, como prevenir e como fornecer cuidados adequados para que estas mulheres possam ter qualidade de vida e evitar que o HPV evolua para o câncer”, conclui Zonta.