Hospital Dona Helena destaca Cultura de Segurança
Implantada em novembro de 2015 e atualizada a cada dois anos, a política de Cultura de Segurança do Hospital Dona Helena, de Joinville/SC, serviu de base para o trabalho acadêmico da administradora de Enfermagem Ana Brito. Sob o título Estratégias para Implantação da Cultura Justa como um dos Pilares da Política de Cultura de Segurança em uma Instituição Privada de Santa Catarina, o trabalho foi aprovado pela Comissão Científica do VI Fórum Internacional Sobre Segurança do Paciente e disponibilizado para consulta dos participantes do evento, que aconteceu no início de agosto, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Com a prevenção de erros de medicação como tema geral, o fórum teve os debates divididos em quatro eixos básicos – pacientes, medicamentos, profissionais de saúde e sistemas e práticas de medicação. Evento promovido pelo Instituto Brasileiro para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos, com apoio do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, o fórum teve palestras de profissionais de vários estados do país – e do exterior, como Estados Unidos e Austrália – discutindo a segurança do paciente.
Conceito prioritariamente associado a profissionais que lidam diretamente com a segurança das pessoas – além de profissionais da área da saúde, pilotos de avião, motoristas de coletivos e similares – a chamada cultura justa, no entanto, segundo a enfermeira Ana Brito, deve inspirar todas as profissões, em todos os níveis hierárquicos.
Conheça alguns dos princípios:
- A instituição é responsável pelos resultados de seus processos e sistemas.
- A instituição é responsável por uma postura justa e razoável com relação ao cumprimento de suas normas para a redução dos riscos.
- Criar uma cultura de aprendizado e aperfeiçoamento contínuo.
- Reconhecer os riscos nos âmbitos individual e organizacional.
- Os riscos são evidenciados através da análise dos processos dos eventos e do comportamento individual e de grupo.
- Normas devem explicitar a diferença entre expectativas e obrigações.
- Não se limita a uma abordagem não-punitiva.
- A omissão e as violações não aceitáveis são passíveis de consequência em todos os níveis.
- Ênfase no processo e na dimensão do risco assumido independentemente dos resultados.
- Direito de defesa do profissional envolvido no evento.
- Avaliar e considerar o do histórico profissional.
- A decisão de consequência ou não deve ser tomada de acordo com o risco do comportamento inseguro e não com base no resultado.
Entre os pontos básicos da política de Cultura de Segurança, o cuidado do profissional consigo próprio e com seus colegas também tem papel de destaque:
- Identificar os riscos presentes no seu cotidiano.
- Notificação de eventos adversos e condições inseguras.
- Ajudar a projetar sistemas de segurança, mediante análise das notificações, sugestões de melhorias e pro
- atividade na implantação das soluções propostas.
- Manifestar-se perante dúvidas ou evidências de atos inseguros – exercer a prática dentro das suas habilitações éticas e legais em consonância com os valores organizacionais e a cultura de segurança.
- Fazer escolhas seguras.
- Cumprir os protocolos– exercer a boa prática com evidência científica; auxiliar na implementação e aprimoramento dos protocolos.
- Comunicar-se com clareza.
- Cuidar-se para poder cuidar do outro – prestar cuidados sem estar em sua perfeita forma, pode contribuir com a ocorrência de eventos que levam danos aos pacientes.