Hospital das Clínicas celebra marca de 2 mil transplantes de fígado
O Serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) realiza hoje, dia 21, evento em comemoração aos 2 mil transplantes de fígado no HC e aos 50 anos de transplantes hepáticos no Brasil. O primeiro transplante de fígado foi realizado no HC em 1968. O evento também promove a importância da doação de órgãos, além de trazer um quadro de evolução do transplante de fígado, e contará com a presença dos professores responsáveis pelos primeiros procedimentos do serviço na instituição.
De acordo com Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor da Divisão de Transplantes de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do HC, esse número é resultado do avanço técnico, às novas medidas de suporte ao paciente clínico e à forte base tecnológica desenvolvida ao longo desses 50 anos. Esses fatores proporcionaram êxito nos transplantes, com uma sobrevida bastante elevada, chegando a 92% em casos rotineiros. No entanto, D’Albuquerque reconhece que todo esse sucesso foi possível graças à doação de órgãos e por isso parabeniza os familiares que, mesmo em um momento difícil, optam por doar.
Como aconteceu com a tecnologia, o número de doadores avançou consideravelmente. O médico justifica pelo fato de que, antes, o processo de doação era muito complexo, mas hoje existem equipes treinadas que seguem preceitos éticos com o objetivo de conscientizar a família sobre a importância da doação.
Quando transplantado, o órgão pode rejeitar seu novo corpo, porém, D’Albuquerque comemora que a imunossupressão evoluiu muito e hoje a rejeição em caso de transplantes no fígado, com as novas drogas utilizadas, é um problema contornado. Ele destaca o fato de o Brasil possuir o maior sistema público de transplante do mundo e oferecer continuamente imunossupressores durante toda a vida, de maneira gratuita, para seus pacientes.
O médico lembra dois grandes feitos recentes do HC: o primeiro transplante de fígado do mundo envolvendo uma vítima da febre amarela; e pioneiro em caso de transplante de útero de cadáver.