Brasília faz 1º transplante renal por robótica com médicos brasileiros
Pela primeira vez, uma equipe formada exclusivamente por médicos brasileiros fez o implante de um rim por meio de cirurgia robótica. O transplante foi realizado no último dia 19, no Hospital Brasília, por um grupo de urologistas da instituição, entre eles um dos maiores especialistas em robótica no Brasil, Rafael Coelho.
“O transplante robótico não é uma prática frequente. Mundialmente falando, a quantidade de casos registrados é baixa. A medicina tem dado os seus primeiros passos nessa nova modalidade de procedimento. O primeiro transplante deste tipo foi realizado na França, em 2015. Com essa cirurgia, o Hospital Brasília se posiciona na vanguarda do desenvolvimento científico e de centros médicos que realizam procedimentos de alta complexidade, com recursos tecnológicos”, relata o urologista do Hospital Brasília, Fransber Rodrigues. “Foi o primeiro implante renal por robô da América Latina feito por uma equipe brasileira.”, ressalta o especialista.
O transplante foi realizado em um paciente de 63 anos, em hemodiálise há um ano em razão de insuficiência renal crônica, ocasionada por hipertensão arterial sistêmica. O rim da doadora, irmã do paciente, foi captado por videolaparoscopia, técnica cirúrgica minimamente invasiva. Os procedimentos foram feitos simultaneamente, para que a captação e o implante pudessem acontecer de forma ágil, garantindo a preservação da qualidade do órgão. A equipe de especialistas garantiu a segurança da operação, que foi realizada com êxito. “São poucos os centros médicos que possuem uma equipe habilitada a fazer transplante de rim e também apta a trabalhar com o robô, por isso não tem muitos centros no mundo fazendo o que fizemos aqui hoje.”, destacou o urologista, Rafael Coelho.
Na cirurgia robótica, o cirurgião utiliza uma mesa de controle, chamada console, para comandar os braços do robô, que reproduzem fielmente os movimentos. A técnica cirúrgica é uma das mais modernas e inovadoras da atualidade e está presente em poucos centros hospitalares do país. O método se destaca, principalmente, pelos benefícios ao paciente. Por ser minimamente invasivo, (incisões de cerca de 8mm), há redução de dor e de sangramento e diminuição dos riscos de transfusão e infecção.
O Centro de Robótica do Hospital Brasília foi implantado em novembro de 2018 e conta com um robô Da Vinci que executa procedimentos cirúrgicos urológicos, ginecológicos e do aparelho digestivo. O Da Vinci aumenta a performance do cirurgião, pois propicia melhores movimentos, chegando a 360º de rotação, e possibilita uma atuação mais precisa. As imagens Full HD em 3D permitem ao médico visualizar melhor a anatomia dos vasos e estruturas.