Hospitais filantrópicos precisam participar da transformação digital
As unidades de saúde do Estado de São Paulo têm até o dia 15 de julho para responder ao Mapeamento de Iniciativas de Saúde Digital e de Requisitos Tecnológicos, lançado em março pela Secretaria estadual de Saúde (SES). Os dados coletados serão analisados e vão direcionar políticas públicas mais eficazes, promovendo a inovação digital no setor.
A iniciativa, lançada em março, faz parte do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital (PDI Saúde Digital) da SES-SP, em parceria com o InovaHC, braço de Inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).
O questionário para preenchimento está disponível no site, com perguntas sobre infraestrutura, necessidades tecnológicas e adoção de soluções digitais. O levantamento também abordará temas como telessaúde, interoperabilidade de sistemas, segurança da informação, acessibilidade e o nível de maturidade digital dos serviços.
Responsáveis por mais da metade dos atendimentos de média e alta complexidade do SUS (Sistema Único de Saúde), a participação dos hospitais filantrópicos é fundamental, ressalta o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. No entanto, ele alerta que poucas instituições preencheram até o momento.
“Os hospitais filantrópicos representam mais de 50% dos atendimentos do SUS em muitos municípios, inclusive, em algumas cidades, são o único equipamento de saúde para atender toda a população. Não dá para pensar em saúde pública sem considerar essa rede. E, para isso, precisamos estar nos dados, nas estatísticas e nos diagnósticos do sistema”, salienta Rogatti. “O setor filantrópico conhece como ninguém os gargalos da saúde pública. Se queremos soluções reais, precisamos que essa experiência esteja registrada e considerada no planejamento das políticas de inovação digital”, completa.
O diretor-presidente da Fehosp reforça que preencher o questionário é mais do que colaborar com uma pesquisa. “É garantir que as necessidades dos hospitais filantrópicos sejam levadas em conta nas decisões que vão definir os rumos da saúde digital nos próximos anos”, conclui.