HIV em crianças: como deve ocorrer a revelação do diagnóstico?

Um relatório da UNICEF publicado em novembro de 2021 sobre HIV em todo o mundo mostrou que, em 2020, pelo menos 300 mil crianças foram infectadas com o vírus da AIDS, o que indica que a cada dois minutos uma criança foi infectada. Durante o mesmo período, outras 120 mil crianças morreram de causas relacionadas ao vírus. Dados adicionais de 2020 mostram que 150 mil crianças de até nove anos foram infectadas pelo vírus, elevando o número total para 1,03 milhão de crianças nessa faixa etária vivendo com o HIV.

Diante desses dados alarmantes, fica o questionamento sobre como revelar esse diagnóstico tão carregado de estigma para uma criança. Nair Corrêa Pagy, assistente social do Projeto Criança Aids (PCA), comenta que muitas crianças questionam seus pais sobre os motivos de terem que tomar remédios diariamente, de seus irmãos não precisarem tomar a medicação, de não estarem doentes para tomar remédio ou ir ao médico com frequência. “Essas perguntas precisam ser respondidas de forma clara e objetiva, mas os pais dizem não ter coragem nem cognição técnica para discorrer a respeito do assunto”, diz Nair.

Quando questionada sobre quem deve revelar, quando e como revelar, a assistente social explica que o responsável por informar sobre a doença é sempre o médico, que muitas vezes pode estar acompanhado de outros profissionais, como psicólogos e assistentes sociais.

Sobre o melhor momento de explicar à criança seu diagnóstico, Nair menciona que a família se insere nesse contexto, pois se trata de um período em que os pais devem reconhecer o amadurecimento da criança para a compreensão de temas complexos.

Nair complementa dizendo que, em seu trabalho, o mais importante é “como” tratar sobre o assunto. “Dividir conhecimento de temas da saúde, como o HIV/AIDS, pode ser difícil, isso porque o tema pode vir a ser indício de futuros problemas de sociabilização de intercorrências negativas nas relações com família, amigos, escola, além do fator emocional”.

O trabalho de Nair consiste em ressaltar que uma criança pode conviver com o vírus e ser saudável, além de buscar ressignificar o conhecimento “pós-revelação”. “Muitas vezes os pais pedem para que façamos o atendimento para elaborarmos juntos a revelação, cada criança, cada jovem é livre para se expressar, dando oportunidade do profissional compreender qual o conhecimento que possui sobre HIV/AIDS, diagnóstico esse transpassado de dor, estigma e preconceitos” explica.

Ela reforça que os pais não podem ser meros expectadores nesse processo e devem estar presentes integralmente para desvelar a doença para a criança.

Em relação ao seu trabalho junto ao PCA, Nair conta que o Projeto é um espaço de acolhimento às famílias que vivem e convivem com HIV. “No PCA elas se sentem seguras e podem compartilhar seus medos, dúvidas e inseguranças”.

A revelação diagnóstica é um processo que não se limita a uma única informação, ela tem desdobramentos que podem durar muito ou pouco tempo até que seja totalmente assimilado pela criança ou adolescente, e o PCA, através do Serviço Social, se faz presente junto da família.

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