Healthtechs apostam em novos meios de pagamento
Não deve ser novidade para você o termo healthtech, ou seja, startups que oferecem soluções para a área de saúde. Segundo levantamento desenvolvido pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil, o número de healthtechs no país aumentou 16,11% entre 2019 e 2022. A mesma pesquisa indica que as 596 startups mapeadas fazem parte de 35 categorias, como oncologia, nutrição, planos e financiamento, autismo, bem-estar físico e mental, inteligência de dados, sênior techs e saúde no trabalho. Dentre essas, as mais ativas são planos e financiamento (8,31%), seguidas por gestão de processos (7,81%) e exames e diagnósticos (6,80%).
Além disso, as startups mapeadas pelo estudo da Liga Venture movimentaram R$1,79 bilhão, distribuídos em 36 operações de fusões e aquisições. Tais dados nos mostram que o setor de saúde tem se aplicado na procura, implementação e ofertas tecnológicas que ajudem tanto o paciente quanto as instituições do setor.
O aprimoramento das formas de pagamento ganhou força justamente porque o paciente, atualmente, deseja ser impactado por diferentes maneiras de efetuar a compra de uma consulta ou exame. Já tem se tornado ‘comum’ que grandes hospitais e clínicas apostem em plataformas de Bank As A Service justamente para criar um cartão de crédito próprio, programas de cashback ou outros serviços que ajudem a atrair e fidelizar seus pacientes.
Muitas dessas ferramentas têm sido utilizadas com o objetivo de construir uma verdadeira jornada digital. Afinal, assim como o paciente se tornou 5.0, demandando por atendimento, processos e pagamentos digitais, as instituições de saúde (sejam hospitais ou clínicas) também devem se aprimorar, digitalizar e subir a régua de entregas para todo seu ecossistema.
Apesar dos inúmeros avanços, um ponto que merece atenção redobrada é com relação a infraestrutura, que é uma barreira para a implementação de algumas tecnologias, visto que ainda existem áreas remotas sem acesso a qualquer meio de comunicação. Porém, acredito que quando falamos sobre inovações, a pandemia foi o divisor de águas para muitos segmentos, e o da saúde foi um deles.
A verdade é que os hospitais, clínicas e laboratórios precisam se aprofundar cada vez mais nesse universo tecnológico se quiserem proporcionar um atendimento 360 mais qualificado para seus pacientes e clientes. Todas essas mudanças digitais – telemedicina, prontuários eletrônicos, teleconsulta, farmácias online e meios de pagamentos mais atualizados e customizados sinalizam para um futuro mais automatizado e conectado. Nessa perspectiva, o paciente se deslocará cada vez mais para o centro de toda a jornada de cuidados com a saúde. Por isso, é preciso ficar atento às tendências!
*Maria Cristina Kopacek é Co-fundadora da Idez.