‘Healthspan’ está aumentando para pessoas com condições crônicas
O número de anos saudáveis que uma pessoa vive (Healthspan) está aumentando, mesmo para pessoas com condições crônicas comuns, de acordo com um novo estudo publicado na PLOS Medicine por Holly Bennett, da Universidade de Newcastle, Reino Unido.
Nas últimas décadas, avanços na saúde mostram que muitas pessoas com condições crônicas estão vivendo mais. No novo estudo, os pesquisadores queriam determinar se essa extensão da vida envolve um aumento de anos com ou sem deficiência. A equipe analisou dados de dois grandes estudos populacionais de pessoas com 65 anos ou mais na Inglaterra. Os Estudos de Função Cognitiva e Envelhecimento (CFAS I e II) envolveram entrevistas de linha de base com 7.635 pessoas em 1991-1993 e com 7.762 pessoas em 2008-2011, com dois anos de acompanhamento em cada caso.
Tanto para pessoas saudáveis quanto para aquelas com problemas de saúde, a média de anos de expectativa de vida livre de deficiência (DFLE) aumentou de 1991 a 2011. No geral, os homens ganharam 4,6 anos na expectativa de vida (IC 95%: 3,7-5,5 anos, p0001 e 3,7 anos em DFLE (IC 95%: 2,7-4,8, p0,001). Homens com doenças como artrite, doença cardíaca coronariana, acidente vascular cerebral e diabetes ganharam mais anos no DFLE do que anos com deficiência. As maiores melhorias no DFLE em homens foram observadas para aqueles com dificuldades respiratórias e aqueles que vivem pós-AVC.
Entre 1991 e 2011, as mulheres experimentaram um aumento na expectativa de vida aos 65 anos de 2,1 anos (IC 95%: 1,1-3,0 anos, p0001 e um aumento no DFLE de 2,0 anos (IC 95%: 1,0-2,9 anos, p0,001). Semelhante aos homens, a maior melhora na expectativa de vida para mulheres com condições de longo prazo ocorreu em anos sem deficiência. No entanto, as mulheres com comprometimento cognitivo experimentaram um aumento na expectativa de vida com incapacidade (1,6 anos, IC 95%: 0,1-3,1, p = 0,04) sem qualquer melhora no DFLE. Homens com comprometimento cognitivo experimentaram apenas um pequeno aumento no DFLE (1,4 anos, IC 95%: -0,7-3,4, p = 0,18) com um aumento na expectativa de vida com incapacidade que foi comparável em magnitude (1,4 anos, IC 95%: 0,2 -2,5, p=0,02). Portanto, aos 65 anos.
“Embora esses achados sejam principalmente positivos, encontramos um aumento na porcentagem de anos restantes passados com deficiência para homens e mulheres com deficiência cognitiva. Dado que a deficiência cognitiva também foi a única condição de longo prazo em que a prevalência diminuiu, isso é motivo de preocupação e requer mais investigação”, dizem os autores.
Rubens de Fraga Júnior é professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).