HCor e Moinhos de Vento coordenam projeto clínico em hospitais do SUS

Representantes de 29 hospitais brasileiros que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) se reuniram em Porto Alegre, na última sexta-feira (15), para o 1º Encontro de Investigadores do Projeto IC-Coração Bem Cuidado, desenvolvido pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o HCor (Hospital do Coração).

No evento, médicos cardiologistas e enfermeiros conheceram as diretrizes do estudo que acontece em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) e será aplicado em todas as regiões do país.

O objetivo da pesquisa é monitorar pacientes com insuficiência cardíaca depois que eles recebem alta do hospital. Cada paciente será convidado a participar do projeto pelas equipes médicas com base em critérios observados durante a internação. Depois de formalizada a autorização, passa a receber mensagens no celular e ligações telefônicas orientando sobre o tratamento enquanto se recupera em casa.

Destacando a cardiopatia como uma das doenças mais prevalentes no país, o Dr. Felix Ramires, cardiologista e coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do HCor, considera fundamental o desenvolvimento de uma estratégia aplicável na população que reduza as internações, a mortalidade e a limitação desses pacientes. “Esse é o futuro. A associação de forças entre instituições para gerar o conhecimento na tentativa de buscar respostas para uma doença tão importante quanto a insuficiência cardíaca”, avalia Dr. Ramires, do HCor.

De acordo com o cardiologista Luís Eduardo Rohde, coordenador do projeto no Hospital Moinhos de Vento, o projeto irá atuar na chamada fase vulnerável da insuficiência cardíaca, que é o primeiro mês depois da hospitalização. “Com a estratégia de intervenção via mensagem de SMS e ligação telefônica, é possível que se evite a re-hospitalização do paciente, além de melhorar sua qualidade de vida e reduzir a mortalidade”, explica.

A inovação do projeto está na orientação para o autocuidado, permitindo que o paciente colabore com a própria recuperação. “Se ele é mal orientado, ele não participa do tratamento e transfere toda a responsabilidade somente para o médico. Precisamos de maior colaboração e empoderamento do paciente”, explica.

Com início oficial previsto para março, o estudo pretende avaliar 700 pacientes em todos os centros de saúde participantes, e apresentar os dados obtidos até o final de 2020. “Este é o maior estudo multicêntrico de intervenção realizado no Brasil. Estamos motivados e acreditamos em resultados positivos e impactantes”, reforça Luis Eduardo Rohde.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam a insuficiência cardíaca como a terceira doença clínica que mais causa internação pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no país. Conforme a entidade, a cada ano são registrados 200 mil novos casos, e é provável que 2% da população brasileira seja acometida pela doença que ocorre quando o músculo do coração começa a ficar fraco, provocando fadiga e impossibilitando a execução de tarefas simples do dia a dia.

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