Por que a gestão de custo em saúde deve ser uma prioridade

Por Katia de Boer

Durante anos, muitas empresas encararam o custo com saúde como um mal necessário, um compromisso financeiro inevitável para garantir o básico aos colaboradores. No entanto, essa abordagem passiva tem contribuído para um ciclo de desperdício e reajustes descontrolados. A sinistralidade, que representa a relação entre o que se paga em mensalidades aos planos de saúde e o que se consome em serviços médicos, é o principal termômetro da eficiência, ou da ineficiência, dessa gestão. E precisa estar no centro da estratégia empresarial.

Quando a sinistralidade ultrapassa o patamar aceitável (geralmente em torno de 70%), os reajustes se tornam inevitáveis, muitas vezes acima da inflação médica. Isso impacta diretamente a sustentabilidade do benefício, pressionando o orçamento da empresa e comprometendo inclusive a qualidade do plano oferecido. O problema é que, na maioria das organizações, ainda se monitora esse indicador de maneira superficial, sem um controle real sobre os fatores que o impulsionam.

Existem formas eficientes de atuar exatamente nesse ponto crítico: munindo as empresas com ferramentas tecnológicas que permitem olhar com profundidade para os dados de saúde. A sinistralidade não é um número estático, ela é consequência de hábitos, comportamentos, falhas no acesso, uso indevido e ausência de gestão. Ao integrar informações clínicas, operacionais e financeiras em uma única plataforma, é possível transformar esses dados em inteligência acionável.

Uma gestão estratégica da saúde só é possível com controle rigoroso da sinistralidade. Isso significa identificar distorções, cruzar informações, verificar recorrências, analisar o perfil epidemiológico da população e intervir de forma personalizada. Não se trata de cortar atendimento, mas de entregar cuidado com mais precisão e, com isso, reduzir desperdícios e gastos desnecessários.

É por isso que investir em tecnologia não é custo, é ganho. E isso é possível por meio de algoritmos avançados, análises preditivas e auditoria técnica contínua para mapear riscos, evitar duplicidades, detectar fraudes, otimizar o uso dos recursos e orientar a construção de programas de saúde que façam sentido para cada realidade empresarial.

Outro fator essencial é compreender que o uso intensivo de pronto-atendimentos, exames de imagem em excesso, terapias prolongadas e a judicialização de casos são sintomas de uma saúde que não está sendo monitorada de forma preventiva. Quando a empresa atua somente no momento do sinistro, está sempre correndo atrás do prejuízo. Por isso, a medicina preventiva precisa ser parte do plano estratégico de qualquer organização que deseje controlar seus custos.

A prevenção não se limita a campanhas esporádicas ou ações pontuais. Envolve monitoramento constante, acompanhamento de casos crônicos, engajamento real dos colaboradores e construção de uma cultura de cuidado. E isso só se viabiliza com apoio da tecnologia, com canais de acesso facilitado, comunicação efetiva, orientação médica e ferramentas que aproximem o colaborador dos serviços disponíveis.

Muitos empresários ainda não conseguem mensurar o quanto a ausência dessa estrutura impacta seus resultados. A cada ciclo de reajuste mal negociado, a competitividade da empresa é comprometida. A sinistralidade alta consome margem, enfraquece o pacote de benefícios e gera insatisfação. A gestão baseada em dados confiáveis, por outro lado, permite negociar com operadoras em outra posição, com argumentos sólidos e visão técnica.

A saúde deve ser gerida com o mesmo rigor e inteligência que se aplica às demais áreas estratégicas do negócio. E isso significa romper com a cultura do improviso e dar lugar a processos estruturados, auditorias técnicas especializadas, indicadores claros e ações baseadas em evidências.

Investir na gestão de saúde corporativa é uma escolha que impacta diretamente os custos, o clima organizacional e a sustentabilidade do negócio. A sinistralidade pode ser controlada, sim, desde que a empresa decida assumir o protagonismo nessa frente e pare de enxergar a saúde como um simples benefício. Saúde é estratégia. É produtividade. É diferencial competitivo.

E esse é o caminho para empresas mais sustentáveis, com times mais saudáveis e resultados mais consistentes.


*Katia de Boer é CEO e fundadora da Safe Care Benefícios.

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