Gastos das operadoras batem recorde no 3º trimestre e chegam a R$ 43 bilhões
Com a pandemia estabilizada no Brasil e a vacinação caminhando, os beneficiários de planos de saúde retomaram os procedimentos antes deixados de lado. Essa retomada já impacta a operação dos planos de saúde, que no 3º trimestre de 2021 pagou a fornecedores e prestadores assistenciais R$ 43 bilhões, o valor mais alto desde o primeiro trimestre de 2019, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse custo recorde é consequência da inflação da saúde, da incerteza econômico brasileira, mas, sobretudo, pela alta demanda de procedimentos não urgentes.
Ainda segundo a ANS, a sinistralidade no 3º Tri de 2021 ficou em 83%, oito pontos percentuais maior que no primeiro trimestre do ano, que foi de 75%. Considerada a projeção feita pela agência reguladora, o quarto trimestre é ainda mais preocupante: as operadoras podem encerrar 2021 com 85% de sinistralidade, dez pontos percentuais a mais que o apresentado no começo do ano.
“Os números divulgados recentemente pela ANS corroboram alertas que temos feito desde o primeiro semestre: a sinistralidade está em escalada, o que indica forte aumento das despesas assistenciais. Assim como a redução do uso em 2021 resultou em queda das mensalidades neste ano, para 2022 o movimento, infelizmente, vai em direção contrária, com enorme pressão de custos que terá reflexos nos reajustes dos planos”, alerta Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.
Ainda de acordo com a análise de Vera Valente, o que vem ocorrendo na saúde não é diferente do que ocorre em outros setores da economia brasileira. “A inflação tornou-se novamente preocupação central dos brasileiros, com índices gerais já estão acima de dois dígitos. Todos os setores de serviços estão sofrendo. Escolas terão os maiores aumentos em 5 anos e energia elétrica terá tarifas até 20% mais altas, segundo estimativas de mercado”, conclui.