O Futuro da Saúde no Brasil: crise silenciosa e a revolução digital

Por Márcio Alves

O sistema de saúde brasileiro vive uma transformação silenciosa e profunda. Enquanto os planos de saúde tradicionais estagnaram em 50 milhões de beneficiários, os cartões de desconto dispararam e já alcançam hoje 60 milhões de usuários. O que parece uma alternativa acessível pode, na verdade, esconder um retrocesso na qualidade da assistência. Neste contexto de incertezas econômicas e avanços tecnológicos, o setor de saúde está diante de um dilema: reinventar-se ou colapsar.

Economistas e especialistas do setor, como Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, Antônio Kandir, conselheiro da Galileu Saúde e ex-ministro do país, e Sérgio Ricardo, VP da Galileu Saúde, reunidos em um recente debate concordaram que essa migração para os cartões de desconto representa um “downgrade na assistência”. A oferta mais superficial desses cartões pode sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) e não garante um acompanhamento completo da saúde dos pacientes. Além disso, a falta de cobertura hospitalar nesse formato pode levar ao esvaziamento de leitos, impactando a sustentabilidade de hospitais e clínicas.

O debate apontou para a necessidade urgente de reinventar o modelo de saúde, transformando o setor, que hoje é de “doença”, em um setor de “saúde” de fato, que foque na prevenção e no cuidado contínuo. A transição para um sistema de saúde digital, impulsionada pela telemedicina e pela inteligência artificial, surge como uma peça-chave para reduzir custos e ampliar o acesso aos serviços.

A alta taxa de juros e a incerteza econômica também contribuem para esse cenário, com o risco de falências de instituições de saúde já endividadas.

Diante desse quadro, a nova economia digital oferece um caminho para um sistema de saúde mais acessível e eficiente. A inteligência artificial, treinada na diversidade brasileira, pode ser aplicada globalmente, revolucionando o setor. Nesse novo cenário as “Healthtechs” ganham protagonismo. Focadas em inovação, as startups estão redefinindo o que significa cuidar da saúde, sendo cada vez mais procuradas por grandes empresas que buscam a transformação digital.

A revolução digital também empodera os consumidores, que buscam cada vez mais informações e serviços personalizados. As pessoas querem assumir o controle de sua saúde e precisam de serviços que atendam às suas necessidades específicas. A experiência do atendimento digital deve se integrar ao atendimento presencial, oferecendo uma jornada de cuidado completa e personalizada.

Em um momento de incertezas, a convergência da economia, tecnologia e saúde exige adaptação e inovação. A chave para o sucesso está em oferecer soluções personalizadas que empoderem as pessoas a cuidar de sua saúde de forma eficiente e acessível. O setor de saúde no Brasil está diante de uma escolha crítica: manter um sistema reativo e fragmentado ou abraçar a inovação para construir uma saúde mais preventiva, integrada e centrada no indivíduo. O momento exige ação — e coragem para reinventar o futuro.


*Márcio Alves é médico e CEO da Healthtech Galileu Saúde.

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