Modelo Freemium democratiza o acesso a serviços digitais de saúde
Por Ian Bonde
Você já ouviu falar em freemium? Mesmo que não conheça a expressão, certamente você já está familiarizado com o conceito na prática. Freemium é um modelo de negócios baseado na oferta gratuita de um serviço, acompanhada, porém, de uma opção paga que permite usufruir de mais funcionalidades.
Peguemos dois exemplos bem conhecidos: Youtube e Spotify. Ambas as plataformas podem ser acessadas gratuitamente. Mas os usuários que decidem assinar esses serviços recebem em troca uma experiência mais completa e livre de anúncios. Há, portanto, duas opções: uma grátis (“free”, em inglês) e uma “premium”. Quem decide é o usuário.
O freemium é a principal tendência no mercado de serviços digitais. Popularizado inicialmente por apps de streaming e similares, esse modelo ganhou terreno e alcança hoje plataformas de videochamada, serviços de e-mail, armazenamento em nuvem e até telefonia. A regra é sempre a mesma: o usuário pode usar o serviço gratuitamente, às vezes por tempo ilimitado, mas, caso deseje uma experiência completa, pode pagar algum tipo de mensalidade. Ainda que a maioria dos clientes opte pela gratuidade, o formato continua vantajoso para a empresa prestadora pois permite ela ganhe, por exemplo, com anúncios publicitários.
Para o mercado da medicina digital, a estratégia de freemium chama a atenção principalmente por seu potencial democratizante. O modelo permite que mais pessoas, das mais variadas faixas de renda, tenham acesso a um serviço online sem qualquer custo. E o mais importante: caso o usuário goste da experiência, ele pode aderir a um pacote pago, o que torna o freemium também uma estratégia para fidelizar clientes.
Exemplos assim reforçam o quanto ainda temos a aprender sobre o futuro do mercado de tecnologia. O espaço para a inovação é gigantesco, mas uma coisa é certa: ideias como o freemium indicam que a liberdade e a autonomia do usuário são ativos cada vez mais em alta na economia digital.
*Ian Bonde é CEO ViBe Saúde.