Revolução tecnológica no tratamento de câncer virá em menos de 30 anos?

Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a maioria dos oncologistas brasileiros acredita que uma revolução tecnológica nos tratamentos de câncer ocorrerá nos próximos 30 anos. Para 36,29% dos profissionais, este é um prognóstico “altamente provável”. Mais 28,66% o consideraram apenas como “provável”. Somando estes dois grupos, 64,95% dos médicos apostam nessa transformação nos tratamentos.

Já 14,18% dos oncologistas também dizem crer em uma revolução, mas avaliam que ela não ocorrerá antes de três décadas. De outro lado, 18,69% consideraram esse prognóstico moderadamente provável ou improvável, seja antes ou após os próximos 30 anos. Além disso, 2,18% afirmaram desconhecer essa possibilidade.

O estudo envolveu a aplicação de um questionário com 21 questões. Ele foi encaminhado no ano passado aos médicos associados a 10 sociedades oncológicas existentes no país. Ao todo, foram obtidas 821 respostas.

O objetivo dos pesquisadores era investigar algumas percepções dos médicos oncologistas que atuam tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como no setor privado. Eles buscaram entender como esses profissionais avaliam as possibilidades de incorporação de novas tecnologias no tratamento de câncer e o acesso da população aos recursos disponíveis atualmente. A pesquisa foi coordenada pelo ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini, e pelo ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Os resultados do estudo mostraram ainda que os oncologistas brasileiros têm feito um bom acompanhamento das inovações tecnológicas: 58% informaram acompanhar regularmente as novidades e 34% o fazem de forma moderada. Os médicos também foram questionados sobre suas expectativas em torno da incorporação das novas tecnologias no diagnóstico e no tratamento de câncer. Em relação ao setor privado, 57,77% se dizem otimistas ou muito otimistas, embora a baixa cobertura dos planos de saúde tenha sido apontada como uma barreira para 41,9%.

Já em relação ao SUS, há menos confiança na incorporação das novas tecnologias. O percentual de otimistas ou muito otimistas cai para 40,74%. Entre as principais dificuldades apontadas estão a baixa capacidade de diagnóstico precoce na atenção básica (53,63%), a oferta insuficiente de serviços de diagnóstico (50,29%) e a escassez de recursos financeiros (42,24%).

Monoterapia improvável

Outro dado que consta no estudo é a descrença dos oncologistas acerca da monoterapia, isto é, do desenvolvimento de uma terapia capaz de tratar o câncer de forma definitiva. Para a maioria dos médicos, a forma de enfrentar a doença continuará a ser a politerapia, que envolve a adoção de múltiplas estratégias de tratamento.

A monoterapia foi considerada improvável por 39,12% dos médicos e moderadamente provável por 17,37%. Apenas 7,83% acreditam no desenvolvimento, em até 30 anos, de uma terapia que seja capaz de tratar a doença de forma definitiva. Outros 30,99% creem nessa possibilidade, mas não antes de três décadas.

Os médicos opinaram acerca de nove tecnologias que têm sido consideradas promissoras para o tratamento de câncer no futuro: edição genômica, biópsia líquida, terapia celular, vacinas terapêuticas, vírus oncológicos, imagem molecular, terapias com anticorpos, terapias com RNA e tumor delivery.

As terapias com anticorpos foram consideradas as mais promissoras. Para 76,85% dos médicos, elas podem impactar positivamente o diagnóstico e o tratamento. Esta opinião foi justificada principalmente pela capacidade de se obter uma melhor qualidade de vida do paciente e menos efeitos colaterais. Por outro lado, 36,36% dos oncologistas consideram que há barreiras científicas que dificultam o desenvolvimento dessa tecnologia.

O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença causou o óbito de cerca de 9,6 milhões de vítimas em 2018, das quais aproximadamente 70% viviam em países de média e baixa renda. Levantamentos do Inca revelam que, no Brasil, o câncer é a principal causa de morte em mais de 500 municípios.

A expectativa dos oncologistas brasileiros em torno de uma revolução nos tratamentos de câncer é similar ao que se observa em nível mundial. A própria Fiocruz, em um estudo semelhante realizado em 2017 com médicos de outros países, constatou que 60% apostavam numa transformação revolucionária das terapias em menos de 30 anos. (Com informações da Agência Brasil)

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.