FILIS debate barreiras regulatórias e inovação
A inovação é uma temática imprescindível a um setor como o de saúde, que está todos os dias em busca de melhorias, tanto para garantir a total segurança dos pacientes quanto para prover uma gestão mais eficiente e sua sustentabilidade.
É nesse segmento que os avanços tecnológicos acontecem cada vez mais rapidamente. Na edição de 2018 um dos painéis do Fórum Internacional de Lideranças em Saúde (FILIS), evento promovido pela ABRAMED (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), mostrou diversas inovações em medicina diagnóstica e seus benefícios, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da saúde.
Essas tecnologias já são realidade e instigam, cada vez mais, a mudança no perfil de atuação dos profissionais. Mas será que essas inovações chegam na maior velocidade possível – e necessária – ou ainda esbarram em barreiras regulatórias? Como as empresas do setor estão lidando com esse viés?
É isso que o painel “Órgãos regulatórios: como lidar com as inovações setoriais” abordará na quarta edição do evento, que acontece em São Paulo, no dia 30 de agosto. “A ideia é colocar em pauta quanto os critérios regulatórios – que são absolutamente necessários para proteger a saúde – podem inibir o desenvolvimento das inovações, e como as instituições de saúde do Brasil lidam com as questões inerentes a esse tema”, explica a CEO da Abramed, Priscilla Franklim Martins.
“Regulações envelhecem e, se não atualizadas, podem ser amarras que nos prendem ao passado”, afirma o CEO do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner, moderador do painel, que já tem confirmados nomes como Lídia Abdala, CEO do Sabin; Leandro Fonseca, diretor presidente da ANS; e Giovanni Guido Cerri, vice-presidente do Conselho de Administração do Icos.
“É necessário racionalizar a regulação, simplificar e agilizar os processos e permitir que aqueles que atuam no setor possam cumprir suas vocações de cuidar bem da saúde das pessoas”, frisa Cerri.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a nova Agenda Regulatória para o triênio 2019-2021, estabelecendo os temas prioritários que serão analisados no período. A proposta final contempla 16 temas regulatórios distribuídos nos quatro eixos do Mapa Estratégico. A maior concentração dos temas está nos eixos Equilíbrio da Saúde Suplementar e Aperfeiçoamento do Ambiente Regulatório.
“Com a colaboração dos vários atores que integram a saúde suplementar e da sociedade de maneira geral, é possível melhorar a qualidade da regulação. A Agenda Regulatória é um instrumento eficaz para o amadurecimento de ações que podem resultar em novas regras para o setor e contribuir para ampliar os avanços na gestão regulatória”, afirmou o diretor-presidente da ANS, Leandro Fonseca.
Ele relembra que a Agência recebeu contribuições de toda a sociedade para a atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e que as propostas serão analisadas levando em consideração os avanços tecnológicos e o equilíbrio entre as necessidades em saúde e o custo proveniente das incorporações. “No meu ponto de vista demos um salto qualitativo muito importante na forma como a ANS analisa as novas tecnologias”, diz.
“Nosso setor passa por um ciclo virtuoso, e não podemos deixar a inovação tecnológica de fora desse movimento”, sentencia Lídia Abdala, do Sabin, ratificando a importância do tema.
O Painel “Órgãos regulatórios: como lidar com as inovações setoriais?” do FILIS acontece a partir das 9h30, logo após a solenidade de abertura. Na sequência serão abordadas as mudanças a LGPD trará para o setor da saúde, healthtechs, o papel da Medicina Diagnóstica e a sua participação no ciclo de cuidados e o futuro da saúde.