Fehoesp critica modelo assistencial hospitalocêntrico
A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) tem promovido uma série de ações de comunicação para conscientizar a população sobre como procurar o atendimento certo no lugar certo. De acordo com o presidente da Federação, Yussif Ali Mere Jr, o modelo assistencial que predomina atualmente no país é hospitalocêntrico, ou seja, centrado no hospital. “Muitos pacientes acabam procurando os prontos-socorros de hospitais por oferecerem atendimentos mais rápidos e eficientes, quando na verdade deveriam procurar um consultório, uma UBS, um posto de saúde”, alerta.
Segundo o presidente da FEHOESP, o hospital é um elo importante da cadeia de saúde, mas pela complexidade, estrutura e tecnologias que dispõe, deveria tratar principalmente casos mais complexos. “Hoje, pelas deficiências do sistema de saúde brasileiro, tanto público quanto privado, o hospital acaba suprindo as falhas do sistema e vira, muitas vezes, porta de entrada do sistema de saúde”, afirma Yussif Ali Mere Jr.
A Federação dos Hospitais, que hoje representa cerca de 55 mil serviços privados de saúde, defende um sistema de saúde hierarquizado e integrado, onde ações de assistência se complementem. Nesse contexto, é preciso valorizar as ações de promoção e prevenção e toda rede assistencial que começa com o programa médico de família, os serviços primários de saúde, os consultórios, as UBS, os ambulatórios de especialidades, os serviços de diagnósticos, as clínicas até chegar ao hospital.
Nessa cadeia – explica o presidente da Federação- o hospital fica como uma das últimas opções por se tratar de um equipamento de alto custo. “É importante esclarecer que quem precisa de hospital deve ter acesso a ele. Defendemos apenas uma hierarquização da assistência em benefício do cidadão e da sustentabilidade do sistema de saúde, que precisa ser mais resolutivo”, afirma Ali Mere Jr.
A FEHOESP defende a informatização total do sistema, com integração de dados de saúde públicos e privados; a melhoria do atendimento primário e secundário, especialmente no SUS; o enfoque em ações preventivas que destaquem hábitos saudáveis e o esclarecimento da população.