Fehoesp apura falta e preços abusivos de insumos nos hospitais
A FEHOESP– Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, representante de 55 mil serviços de saúde, apurou que a falta de equipamentos de proteção e insumos para serviços de saúde continua crítica em todos os serviços de saúde, sejam hospitais, clínicas e laboratórios. Além da falta, os preços dos principais insumos aumentaram entre 100% a 3.000% nas últimas semanas por conta da demanda.
Uma caixa de máscara com 50 unidades passou de R$ 4,50 em fevereiro para R$ 300,00 enquanto uma caixa de luvas com 100 unidades, que custava R$ 14,70 em fevereiro passou a R$ 35,00. A máscara N95, de maior potência e utilizada por profissionais de saúde para procedimentos mais complexos, sumiu do mercado. O preço, que em fevereiro era de R$ 9,00 passou a R$ 44,00 a unidade e mesmo assim não se encontra. O álcool gel também está difícil de achar. A unidade de 470 mg passou de R$ 5,79 em fevereiro para R$20,25 agora. O avental descartável manga longa passou de R$ 1,03 para R$ 3,51. E o soro de 10 ml usado para inalação custava R$ 0,18 a unidade e hoje custa R$ 1,63.
Alguns fabricantes têm informado aos serviços de saúde que estão com a produção esgotada e que só terão equipamentos de proteção (máscaras, luvas, gorros, aventais e propés) em 60 dias.
Na região de Presidente Prudente, o SINDHOSP apurou denúncia de falta de kits de testes para COVID19, o que vem prejudicando o diagnóstico. Em São Paulo, muitos hospitais e pronto-socorros privados ainda não receberam o kit de teste. Estão aguardando a importação e os testes devem chegar somente entre os dias 4 e 10 de abril. O custo unitário do kit rápido de teste para Coronavírus custa R$ 145,00 e a caixa vem com 25 unidades.
O Estado, por sua vez, tomou duas decisões importantes: uma no sentido de facilitar a entrada de produtos ou equipamentos importados e outra de bloquear as exportações de produtos e equipamentos produzidos por aqui, garantindo assim o abastecimento interno. Mas até o momento, as medidas ainda não mudaram o cenário de falta de insumos e do abuso de preços.
Denúncias de abusos ao governo e confisco
Em ofícios aos Ministros da Saúde, Economia, Ministério Público, Secretarias Estadual e Municipal de Saúde e Procon, a FEHOESP pediu providências ao governo e fiscalização dos abusos que estão sendo praticados no mercado de saúde.
Segundo o médico Yussif Ali Mere Jr, o setor saúde privado também precisa ser priorizado.Por conta do Coronavírus e utilizando da prerrogativa do estado de calamidade pública, a FEHOESP teme ações de confisco pelo governo de produtos e insumos médico-hospitalares.
“Abastecer a rede pública é importante, mas lembramos que a rede privada integra o sistema de saúde e responde hoje por 65% da assistência. E não podemos ficar desabastecidos”, destaca o presidente.
Sindicato dos Hospitais
O SINDHOSP – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, está solicitando em ofício a prefeituras a suspensão do pagamento do ISS, uma vez que houve enorme redução nas atividades de clínicas médicas, laboratórios, hospitais de especialidades, dentre outras desenvolvidas na área de saúde, gerando inviabilidade econômica para os serviços de saúde.
Segundo o presidente do SINDHOSP, o médico Yussif Ali Mere Jr, a suspensão do pagamento do ISS, que varia de 2% a 5% do valor da nota fiscal de serviço, dependendo do município, ajudará os serviços de saúde a suportarem os atuais compromissos, assegurando-se recurso para pagamento da folha de salários.
Estão sendo enviados ofícios aos prefeitos de São Paulo e dos municípios de Bauru, Campinas, Sorocaba, região do ABC, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Jundiaí e Suzano.
O SINDHOSP e a FEHOESP também enviaram às autoridades ofício solicitando liberação de créditos aos serviços de saúde pelo BNDES.