Faturamento do setor farmacêutico cresceu 9,4% em 2017

A movimentação financeira do mercado farmacêutico brasileiro cresceu em 2017, em relação a 2016. Dados inéditos mostram que o faturamento das empresas que atuam no setor chegou a R$ 69,5 bilhões, o que correspondeu a um aumento de 9,4% em relação às vendas do ano anterior. O levantamento foi realizado pela Secretaria da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED), que é desempenhada pela Anvisa.

Para atingir essa movimentação, foram comercializados 12.805 tipos de apresentações de produtos, que, juntos, somaram mais de 4,4 bilhões de caixas de medicamentos vendidas em 2017. Os dados da Anvisa mostram também que, no total, 214 empresas comercializaram 6.587 diferentes produtos no ano passado, contendo 1.794 princípios ativos ou associações de princípios ativos distintos.

As estatísticas consideram as vendas de cinco categorias de medicamentos: biológicos, específicos, novos, genéricos e similares. Em termos de quantidade, os genéricos lideraram, com mais de 1,5 bilhão de caixas vendidas. Os similares (genéricos de marca) ficaram em segundo lugar, com mais de 1,3 bilhão de embalagens comercializadas.

No entanto, em relação ao faturamento, os medicamentos novos ficaram em primeiro lugar, com o valor comercializado de R$ 26,5 bilhões em 2017, o que correspondeu a 38,2% do total das vendas. Na sequência, estão os produtos biológicos (R$ 15,4 bilhões).

Grandes empresas  

De acordo com dados da Anvisa, 20 empresas destacaram-se pelos maiores volumes de vendas registrados em 2017. Destas, cinco tiveram faturamento individual superior a R$ 3 bilhões.

No ranking das 20 maiores empresas, há destaque para dois laboratórios públicos: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ocupando o 8º lugar, com faturamento entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões; e o Instituto Butantan, na 19ª posição, com vendas entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões no ano passado.

Considerando o cenário geral (214 empresas) e o total do faturamento em 2017 (R$ 69,5 bilhões), 53 laboratórios concentraram 83,8% das vendas (R$ 58,2 bilhões), com a comercialização de 78,4% das embalagens (mais de 3,4 bilhões de unidades).

Com relação aos preços de fábrica, 31% do faturamento (quase R$ 21,6 bilhões) corresponderam a produtos com valores abaixo de R$ 25,00 por unidade. As vendas de produtos nessa faixa de preço representaram 88,4% do total de embalagens comercializadas em 2017 (3,9 bilhões).

Canais de distribuição  

As empresas detentoras do registro de medicamentos podem comercializar seus produtos por meio de cinco diferentes tipos de canais de distribuição: distribuidores, estabelecimentos privados de saúde, farmácias e drogarias privadas, além do governo ou outros destinatários.

Em 2017, grande parte das empresas do setor utilizou os distribuidores para realizar a comercialização de seus produtos, que podem se destinar tanto ao setor privado quanto ao setor público. Esse canal respondeu por 56,2% do faturamento e por 70,9% da quantidade de apresentações vendidas no país.

A segunda via de comercialização com maior representatividade foi a venda direta para farmácias e drogarias privadas, que, juntas, somaram 18,3% do faturamento do mercado e 17,5% da quantidade de embalagens vendidas.

Já o governo foi responsável por 17,4% do faturamento do mercado, mas por apenas 4,8% da quantidade vendida. Grande parte da participação direta do governo nas compras de medicamentos está relacionada aos produtos biológicos – mais de 50% do faturamento, somando quase R$ 8 bilhões.

Anuário

Os dados são da terceira edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, produzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com base em informações de 2017. A publicação traça o perfil da indústria farmacêutica brasileira e traz dados detalhados (Planilhas) sobre a quantidade de produtos comercializados, faturamento, tipos de medicamentos mais vendidos, principais finalidades de uso dos produtos (tratamentos) e ranking das empresas produtoras, além de características regionais do mercado, entre outros tópicos.

(Com informações da Anvisa)

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