Exames de imagem aliados na luta contra o câncer
Por Leon Berenstein
Apenas no mês de setembro, a importância da prevenção de três diferentes tipos de câncer foi lembrada: infantojuvenil, ginecológicos e intestinal. As campanhas são respectivamente conhecidas como Setembro Dourado, Setembro em Flor e Setembro Verde. Agora, no mês de outubro, vivemos uma das ações de conscientização em saúde mais reconhecidas no mundo: o Outubro Rosa. O alerta dos especialistas dirigido à população não acontece à toa. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram previstos 704 mil casos novos de tumores no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025.
Além dos cuidados de prevenção, o trabalho para diagnosticar a doença o mais rapidamente possível é uma das iniciativas fundamentais na jornada pelos melhores resultados. Entre os recursos para o diagnóstico precoce, os exames de imagem permitem uma avaliação precisa das estruturas internas do corpo, identificando anomalias que podem indicar a presença de tumores malignos. Eles também auxiliam na classificação, estadiamento e monitoramento da evolução da doença ao longo do tratamento. Características que, aliadas aos avanços tecnológicos, tornaram essas ferramentas indispensáveis para a medicina oncológica.
A detecção precoce do câncer é uma das principais vantagens dos exames de imagem. Precisamos lembrar que as chances de cura aumentam significativamente desde que sejam descobertos em estágios iniciais. Com a mamografia, por exemplo, é possível identificar microcalcificações nos tecidos mamários, que podem apontar um câncer de mama em fase inicial. Já a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) possibilitam a detecção de tumores em órgãos como pulmões, fígado e cérebro, muitas vezes antes do aparecimento de sintomas mais graves.
A determinação do grau de avanço da doença também é positivamente influenciada pelos exames de imagem. Por meio da tomografia, ressonância ou até mesmo do PET-Scan (Tomografia por Emissão de Pósitrons), os médicos podem avaliar se o câncer se espalhou para linfonodos ou outros órgãos, o que influencia diretamente na escolha do tratamento mais adequado. O conhecimento preciso do grau da enfermidade permite que o oncologista planeje uma estratégia terapêutica personalizada, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação desses métodos.
Os especialistas também têm nos exames de imagem fortes aliados no acompanhamento dos tumores. É possível determinar se eles estão regredindo, estáveis ou progredindo, indicando a necessidade de ajustes no protocolo terapêutico. Ao fim do tratamento, as imagens auxiliam no acompanhamento e podem detectar recidivas da doença.
É notório o valor dos exames de imagem na luta contra o câncer. Aumentam as chances de sucesso terapêutico com diagnósticos mais precoces e precisos e auxiliam na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Os recentes avanços nas tecnologias de imagem, como a tomografia por emissão de pósitrons acoplada à ressonância magnética (PET-RM), tornam o futuro cada vez mais promissor e aumentam a esperança de milhões de pessoas.
*Leon Berenstein é diretor médico do Boris Berenstein Medicina Diagnóstica (PE), da Rede Dasa.