Pesquisa publicada na Transfusion abre debate sobre uso do Cell Saver
O Grupo GSH acaba de alcançar um marco inédito para a medicina transfusional brasileira. O estudo “Controle de qualidade da recuperação de sangue autólogo em cirurgia cardíaca”, assinado pelo Sergio Domingos Vieira, foi publicado na Transfusion, a revista científica mais respeitada do mundo na área de hemoterapia. A publicação é um reconhecimento internacional da excelência técnica e da inovação desenvolvida pelo grupo no uso do Cell Saver — uma tecnologia que recupera o sangue do próprio paciente durante cirurgias, reduzindo ou até eliminando a necessidade de transfusões com sangue de doadores.
“Pela primeira vez, mostramos que é possível estabelecer critérios laboratoriais objetivos para avaliar a qualidade do sangue recuperado com Cell Saver, fato inédito na literatura internacional”, afirma Sergio Domingos Vieira, Coordenador Médico de Pesquisa Clínica do Grupo GSH.
A publicação na Transfusion reforça o protagonismo do Grupo GSH, que desenvolveu um protocolo exclusivo de controle de qualidade do sangue recuperado com Cell Saver, até então inexistente no cenário mundial. O estudo utilizou parâmetros laboratoriais como hematócrito, grau de hemólise e proteína residual para comprovar que a qualidade desse sangue impacta diretamente nos desfechos dos pacientes, contribuindo para maior segurança e eficácia em procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.
Cell Saver
A tecnologia Cell Saver é indicada para cirurgias com previsão de grande sangramento, como cardíacas, ortopédicas, neurocirurgias, transplantes cardíacos e hepáticos, entre outras. Durante o procedimento, o sangue que seria perdido é aspirado diretamente do campo cirúrgico, processado, filtrado e lavado por uma processadora celular automatizada, e reinfundido no próprio paciente, durante a cirurgia, em forma de concentrado de hemácias lavadas.
“Os benefícios são inúmeros: menor exposição a sangue alogênico (doado por outra pessoa), redução de riscos transfusionais, menor tempo de internação e recuperação mais rápida. Estudos mostram que o uso do Cell Saver melhora diretamente os desfechos clínicos”, destaca Vieira.
Inovação brasileira com reconhecimento internacional
À frente do Grupo GSH, Vieira lidera um programa que já ampliou em 300% o número de procedimentos com Cell Saver nos últimos cinco anos, dobrando também o número de hospitais que adotaram a prática.
O diferencial do Grupo GSH está no desenvolvimento de protocolos técnicos próprios, que garantem a padronização e a qualidade do sangue recuperado. Esse nível de excelência foi fundamental para que o estudo fosse aceito pela Transfusion, revista que publica apenas pesquisas de alto rigor técnico e relevância científica.
“Essa publicação marca um divisor de águas. Abre um novo capítulo na medicina transfusional e posiciona o Brasil, assim como o Grupo GSH, na linha de frente dessa inovação”, reforça o médico especialista.
Contribuição para mudanças na legislação brasileira
Apesar dos avanços, o artigo também chama atenção para uma lacuna preocupante: a ausência de regulamentação no Brasil que exija controle de qualidade do sangue autólogo recuperado com Cell Saver, o que já é obrigatório para o sangue de doadores.
“Se lavo um concentrado de hemácias de um doador, preciso seguir normas rígidas. Mas se faço o mesmo com o sangue do próprio paciente, não há exigência alguma. Há empresas que distribuem esse material e mandam um técnico para executar esse procedimento, sem nenhuma responsabilidade do médico especialista. Isso é inconcebível. Nosso artigo propõe a urgente revisão dessa legislação. Esperamos que isso contribua para mudanças normativas e, sobretudo, para maior segurança e resultados melhores para os pacientes”, conclui Vieira.