A priorização do bem-estar como estratégia organizacional
No cenário corporativo atual, o bem-estar dos empregados tem se tornado um pilar fundamental nas estratégias organizacionais, sendo essencial para o sucesso sustentável das empresas. De acordo com um estudo recente da WTW, 82% das empresas entrevistadas afirmam que a preocupação com o bem-estar dos empregados é uma parte importante de sua cultura, e 78% planejam diferenciar e personalizar seus programas de bem-estar nos próximos três anos.
Apesar desse reconhecimento crescente, a implementação de programas de bem-estar ainda enfrenta desafios significativos. Um dos principais obstáculos é o custo elevado associado à criação e manutenção desses programas, aliado à falta de apoio financeiro interno. Como resultado, muitas empresas optam por soluções fragmentadas, focando apenas em aspectos isolados, em vez de adotar uma abordagem holística e integrada.
Por exemplo, o bem-estar financeiro dos empregados é um fator crítico, pois influencia diretamente outros aspectos de sua saúde e produtividade. No entanto, priorizar benefícios que aliviem as pressões financeiras pode ser uma tarefa complexa e, muitas vezes, subestimada pelas organizações. A falta de iniciativas financeiras robustas acaba limitando o impacto positivo que esses programas poderiam ter.
Outro desafio significativo é a dificuldade em medir o impacto dos programas de bem-estar, especialmente em áreas como saúde mental e coesão social. Esses benefícios, por sua natureza, são mais difíceis de quantificar em termos de retorno financeiro, o que pode complicar a justificativa de investimentos para a alta liderança. A ausência de métricas claras muitas vezes leva à subvalorização desses programas, mesmo quando seus benefícios são amplamente reconhecidos.
Apesar dessas dificuldades, os benefícios de um programa de bem-estar verdadeiramente integrado são inegáveis. Empresas que investem de forma estratégica nesses programas observam melhorias substanciais em engajamento, lealdade e produtividade. Segundo a Gallup, organizações com altos níveis de engajamento alcançam uma produtividade 21% maior.
Além de melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, um ambiente de trabalho que promove o bem-estar fortalece a marca empregadora da empresa, tornando-a mais atraente para novos talentos. Em um mercado altamente competitivo, onde a retenção de talentos é um desafio constante, um programa de bem-estar abrangente pode ser o diferencial que coloca a empresa à frente da concorrência.
Adotar uma abordagem estratégica e integrada ao bem-estar dos empregados não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para empresas que almejam prosperar a longo prazo. A implementação bem-sucedida desses programas exige um compromisso genuíno com a cultura organizacional e uma visão estratégica que compreenda a complexidade das necessidades dos colaboradores.
Os benefícios, como maior engajamento, lealdade e produtividade, justificam cada esforço investido, refletindo o compromisso da empresa com a sustentabilidade e o sucesso contínuo.
*Walderez Fogarolli é diretora de gestão de saúde da WTW.