Epidemia mundial de diabetes: é preciso investir em tratamento

Por Rodolfo Pires de Albuquerque

No Dia Nacional de Prevenção ao Diabetes, celebrado em 26 de junho, devemos lembrar a advertência feita pelo professor Andrew Boulton, ex-presidente da Federação Internacional do Diabetes (IDF, na sigla em inglês), de que a doença é uma epidemia mundial sem controle. Vamos aos fatos: a mais recente edição do Atlas do Diabetes estima que 537 milhões de pessoas no mundo, com idade de 20 a 79 anos, têm a doença. Essa população cresceu 16% em dois anos (2020 a 2021).

A previsão é de que atinja 643 milhões de pessoas em 2030. A prevalência da doença no mundo é de 10,5% da população. Desse total, 44,7% não sabem que têm diabetes e, portanto, não a tratam. É o mesmo que dizer que a cada 1 mil adultos, 100 terão diabetes e 50 sequer saberão do diagnóstico.

Sabemos que o diabetes pode causar diversas complicações no nosso corpo: como cegueira, amputação dos pés e pernas, e levar à insuficiência renal ou à dependência de diálise. É também uma doença difícil de tratar, pois o paciente necessita de remédios, de insulina, precisa seguir uma dieta alimentar específica, realizar atividade física e um acompanhamento multidisciplinar, com oftalmologista e ortopedista, entre outras especialidades.

O Brasil ainda precisa evoluir mais para ter sucesso no controle do diabetes. Em 2021, eram 16,8 milhões de pacientes e mais 18 milhões com grande risco de desenvolver a doença. Apesar de haver diversas formas, inclusive gratuitas, de tratamento e prevenção para diabetes, é necessário atenção redobrada no cuidado do médico com o paciente. É importante estar atento na análise da retina para identificar a retinopatia diabética, por exemplo, que pode levar à cegueira, e também nas avaliações para identificar o pé diabético, uma das principais complicações em pacientes.

A partir desses dados e da iminência de um aumento exponencial de casos da doença, a Hapvida NotreDame Intermédica desenvolveu, ainda em 2017, um programa dedicado exclusivamente aos pacientes diabéticos: o Viver Bem.

Entre as principais características da linha de cuidado com o paciente estão as informações centralizadas em sistema, o monitoramento do quadro de saúde e da evolução da doença, um programa que mostra quem fez o exame dos olhos e dos pés, se houve internações ou atendimento recente em Pronto Socorro. Outro diferencial são as consultas com enfermeiras especializadas em diabetes. Elas acolhem os pacientes, além de esclarecer dúvidas quanto a exames e medicações. A ação envolve diferentes profissionais da saúde, como nutricionistas e fisioterapeutas. A telemedicina é nossa aliada, com consultas regulares entre os pacientes e a equipe médica.

Os números do programa são impressionantes e não encontram muitas semelhanças com outras iniciativas em curso no mundo. Participam do Viver Bem 47.316 pacientes, de 13 cidades do Brasil, entre elas grandes capitais como Fortaleza, Recife, Salvador, Goiânia, Manaus, São Paulo e Curitiba. Nesse universo, a média de realização de exame para controle da hemoglobina glicada (que mede a quantidade de açúcar no sangue) é de 60%, o número que destaca o sucesso do programa dentro da rede.

Outros resultados clínicos conquistados evidenciam que o Viver Bem se constituí em um grande benefício aos pacientes. A frequência de amputação é 49% menor nos pacientes do programa, bem como a ocorrência de infarto agudo do miocárdio é 51% menor no grupo monitorado de diabéticos.

O sucesso do programa pode ser atribuído, principalmente, ao modelo de operação da companhia. A Hapvida NotreDame Intermédica é uma empresa de saúde verticalizada, o que significa dizer que as estruturas necessárias para o cuidado integral do paciente, como hospital, ambulatório, Pronto Socorro e farmácia, estão disponíveis aos nossos beneficiários. Para o tratamento adequado do diabetes, isso faz toda a diferença.


*Rodolfo Pires de Albuquerque é Diretor Médico Corporativo da Hapvida NotreDame Intermédica.

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