Engenharia clínica brasileira precisa se atualizar rápido
No exterior, a engenharia clínica investe cada vez mais para estar em sintonia com as evoluções e modernidades tecnológicas. O mesmo não se pode dizer do Brasil, que no ritmo atual caminha para se tornar obsoleto. O alerta foi feito pelo professor titular aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Saide Jorge Calil, durante palestra para mais 100 engenheiros clínicos na Feira Hospitalar. A convite da Biocam Equipamento Médico Hospitalar, e a Genesis – empresa de sistemas e inteligência artificial -, o professor falou sobre “Engenharia Clínica e Suas Responsabilidades”, traçando um paralelo do que ocorre no País e no mundo.
Com a autoridade de quem acompanha a engenharia clínica de perto há anos, além de trabalhar no desenvolvimento de pesquisas nesta área, Calil lembrou que em 1996 foi feito um quadro da engenharia clínica e para onde ela caminharia nos anos seguintes. O resultado obtido lá era o mesmo do encontrado no Brasil. “Entre 2006 e 2018, os Estados Unidos e os engenheiros investiram para acompanhar as transformações, especialmente tecnológicas, enquanto no Brasil a situação continua a mesma, caminhando para se tornar obsoleta”, comparou.
Segundo Calil, os engenheiros clínicos brasileiros possuem capacidade e informações para mudar o quadro atual que se encontra os hospitais no que diz respeito à modernização. No entanto, precisam ser mais parceiros dos profissionais de tecnologia, dividir experiências e conhecimento, além de caminhar junto com estes profissionais. “Tem muita coisa chegando quanto a novidades e tecnologias para hospitais. É preciso saber ousar, entender os equipamentos e saber comprar e utilizar cada um”, alertou. Para ele, esta maior união com pessoal de tecnologia da informação vai ajudar os engenheiros e hospitais a extrair o melhor proveito das tecnologias, tanto em operacionalização como em ganhos de produção e redução de custos hospitalares.
De acordo com Calil, a engenharia clinica continuará gerenciado a manutenção dos hospitais e clínicas, mas isso deverá ocorrer cada vez menos. “Se os engenheiros clínicos não se atualizarem, vão acabar sendo substituídos por terceirizados das empresas”, afirmou. “O engenheiro clínico vai precisar oferecer algum diferencial para não ficar obsoleto”.