Teleassistência e empoderamento do paciente: vencendo os desafios

Por Luiz Camargo

É evidente que o comportamento do consumidor mudou e o setor de saúde precisa estar pronto para atender às demandas de um paciente cada vez mais digital. Vemos um número crescente de pessoas atentas às informações relacionadas à saúde. Logo, olhar para a experiência do indivíduo e colocá-lo no centro do cuidado nunca foi tão importante como no contexto atual.

À medida que avançamos para o futuro, é essencial que adotemos e promovamos o empoderamento do paciente. Isso porque uma pessoa informada e capacitada colabora para a obtenção de resultados e desfechos clínicos melhores, aumentando a adesão aos tratamentos e, consequentemente, tem uma experiência mais satisfatória. Além disso, há uma redução do custo da saúde.

Vemos diversas tecnologias surgindo e interferindo positivamente neste cenário. A teleassistência, por exemplo, traz uma série de benefícios para o paciente, que ultrapassam a conveniência de receber cuidados de saúde em casa e reduzir a necessidade de visitas frequentes ao hospital.

Por meio de tecnologias de comunicação, é possível conectar-se com profissionais, receber orientações, monitorar sinais vitais e compartilhar informações sobre a saúde, tudo à distância. Outras tantas ferramentas, como o prontuário eletrônico – para armazenar e acessar informações do paciente, permitindo maior controle e compreensão de seu histórico médico – e aplicativos móveis, que fornecem informações úteis e monitoram sintomas, ajudam na adesão a tratamentos e facilitam a comunicação com os profissionais de saúde. Além disso, os dispositivos vestíveis, como smartwatches, que monitoram parâmetros vitais e incentivam mudanças comportamentais para promover uma vida mais saudável, estão cada vez mais em alta.

No entanto, o uso da tecnologia também apresenta desafios e limitações. Nem todos os pacientes têm acesso fácil à tecnologia necessária, como dispositivos móveis ou conexão com internet. Além disso, existem dificuldades por parte de algumas pessoas em se adaptar a essa nova forma de cuidado, demandando suporte adicional para que se sintam confortáveis e confiantes no uso da tecnologia com essa finalidade.

Para promover, de fato, o empoderamento do paciente, em especial na teleassistência, é essencial fornecer educação e treinamento adequados. Os profissionais de saúde devem estar capacitados e aptos a orientar os pacientes na utilização das ferramentas e tecnologias disponíveis, além de incentivar a participação ativa e o autocuidado. Além disso, é importante garantir que os pacientes tenham acesso a informações claras e compreensíveis sobre seus direitos e opções de cuidado.

Este cenário coloca os pacientes no centro do cuidado, permitindo que tenham mais controle e autonomia, fazendo com que se tornem parceiros ativos no cuidado da própria saúde. Afinal, quando os pacientes estão verdadeiramente envolvidos, têm maior probabilidade de alcançar resultados positivos e evitar complicações.


*Luiz Camargo é CEO da GetConnect.

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