Digital Health e APS: o presente e o futuro da saúde suplementar

Por Ulisses Silva

As operadoras de planos de saúde não vêm tendo vida fácil quando o assunto é manter a sustentabilidade de seus negócios. Os convênios se veem, entre outras coisas, às voltas com desafios como a necessidade de incorporação de novas tecnologias e tratamentos à sua cobertura contratual e a Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) ou inflação médica, reajustes a que os custos dos procedimentos médicos estão sujeitos e que, via de regra, são mais altos dos que os índices praticados pelo IPCA. Em outras palavras, não é difícil concluir que a conta, muitas vezes, não fecha. E o maior prejudicado é o consumidor, que é obrigado a encarar valores proibitivos para ter acesso a um plano particular.

A boa notícia é que há uma luz no fim do túnel. Algumas operadoras de planos de saúde entenderam que é possível ofertar uma assistência médica de qualidade que caiba no bolso do brasileiro. E, embora as chamadas healthtechs sejam um fenômeno razoavelmente recente, já é possível observar resultados absolutamente positivos. A Leve Saúde, por exemplo, que opera exclusivamente na Região Metropolitana do Rio de Janeiro atendendo pessoas acima de 45 anos – faixa etária onde os custos dos convênios começam a se elevar substancialmente – já teve como resultado, em pouco menos de um ano, a promoção do acesso à saúde e à qualidade de vida para 8,6 mil pessoas, sendo que 70% delas estavam até então sem planos de saúde.

E como as healthtechs vêm atingindo resultados como este? Por meio da Atenção Primária à Saúde (APS) aliada à sua gestão digital eficiente. A APS é a filosofia que cuida das pessoas de uma forma integrada, e não apenas de patologias, com a orientação de um médico de família que acompanha o paciente em todos os aspectos, em toda a sua jornada de saúde, com atendimento personalizado, prevenção, reabilitação e promoção de bons hábitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 60 milhões de vidas podem ser salvas no mundo se os países investirem aproximadamente US$ 200 bilhões ao ano em APS. E esta é, de fato, uma questão urgente também no Brasil: segundo o IBGE, o índice de doenças crônicas no país é de 52%. Em outras palavras, para todos os envolvidos neste processo, prevenir é muito melhor do que remediar.

E, em um futuro muito mais próximo do que se imagina, será impossível manter pessoas saudáveis e cuidar de indivíduos doentes sem o apoio da tecnologia em todos os aspectos da gestão da saúde. Isso é ser healthtech. Com as inovações que temos hoje, já é possível oferecermos telemedicina, aplicativos com agendamento digital de consultas, chatbots de atendimento, entre outras facilidades. Mas a tecnologia ainda vai nos levar muito mais longe. Por meio de plataformas digitais movidas por machine learning e Inteligência Artificial, será possível migrar da gestão e da prevenção para a predição de riscos, tratamentos e melhores procedimentos utilizando algoritmos. A Inteligência Artificial jamais vai substituir as pessoas no setor de saúde. Porém, não há a menor dúvida de que profissionais e empresas de saúde que não têm foco em Inteligência Artificial serão substituídos por aqueles que tiverem.

Outro recurso que se transforma, cada vez mais, em uma alternativa viável, é o estabelecimento de redes próprias de atendimento por parte dos planos de saúde. De forma complementar à APS e à tecnologia, com uma rede própria à sua disposição, pode-se fazer um acompanhamento mais próximo dos beneficiários e com dados seguros, que fornecem informações valiosas sobre a melhor abordagem para cada paciente, que são acompanhados por um médico de família e encaminhados, quando há a necessidade, a um especialista.

Somos mais de 200 milhões de habitantes no Brasil. Embora seja um dever inalienável do estado zelar pela saúde de seus cidadãos, entendemos que a saúde suplementar é um complemento essencial nesta complexa cadeia. E, como mencionado, a escalada dos custos pede que os players deste mercado primem por uma gestão mais eficiente, que reduza desperdícios e promova a saúde de seus beneficiários incluindo a prevenção de doenças crônicas, havendo, assim, margem para a oferta de planos de saúde de qualidade para um número cada vez maior de pessoas. E para que o mercado possa, enfim, contribuir para um mundo onde pessoas felizes, saudáveis e bem cuidadas não seja apenas um sonho.


*Ulisses Silva é CEO da Leve Saúde.

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