Como tornar mais eficaz o diagnóstico e a prevenção das hepatites virais

As hepatites são um grave problema de saúde pública, por isso é importante estar atento aos fatores socioambientais que provocam a infecção, como a ingestão de água ou alimentos contaminados, em decorrência da ausência de saneamento básico, contato sexual sem proteção e outras formas de contato com sangue ou fluidos corporais infectados. As hepatites mais comuns no Brasil são as do tipo A, B e C. O vírus da hepatite D é mais comum na região Norte e o da hepatite E, o menos encontrado. Dados do Ministério da Saúde indicaram mais de 700 mil casos de diagnósticos positivos da doença de 2000 a 2021. Só por hepatite C, foram mais de 62 mil óbitos no período.

Com a detecção de infecção pelo vírus da hepatite C, é possível iniciar um tratamento rápido e muito eficaz. O coordenador médico do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, João Renato Rebello Pinho, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que o principal problema da infecção é a característica assintomática inicial.

“A ausência dos sintomas e sinais precoces da doença não contribuem para um bom diagnóstico. Reforço a importância da comunidade médica solicitar a sorologia nos exames de rotina e falar sobre a imunização para prevenção das hepatites A e B”, esclarece o médico. A vacinação da hepatite A, dose única, deve ser aplicada aos 15 meses e para hepatite B, ao nascer, mas o esquema vacinal deve ser completado na adolescência e fase adulta, de acordo com a situação vacinal. Todas previstas no Calendário Nacional de Vacinação disponíveis na rede pública܂Quando o quadro clínico é claro com icterícia ou mesmo em casos assintomáticos, uma análise laboratorial detalhada permite a identificação da forma de hepatite e guiar a melhor abordagem no tratamento”, diz.

Hepatites podem ser causadas ainda por outros vírus ou bactérias, ou até mesmo pelo uso excessivo de medicamentos ou ingestão de bebidas alcoólicas. Além disso, a caracterização dos genótipos dos 5 vírus hepatotrópicos convencionais (A, B, C, D, E) neste projeto permitirá conhecer sua dispersão na população brasileira.

Exames

Hepatite B: Existem diferentes testes para verificar a presença de antígenos e anticorpos relacionados à Hepatite B. Os testes de antígenos incluem o HBsAg e o HBeAg, enquanto os de anticorpos são o Anti-HBc IgM, Anti-HBc IgG, Anti-HBe e Anti-HBs. A combinação desses testes pode confirmar ou descartar a infecção aguda ou crônica pela Hepatite B, bem como infecção ou vacinação prévias. Em alguns casos, a carga viral (biologia molecular) pode ser útil para fornecer informações adicionais ao diagnóstico, mas não é estritamente necessária.

Hepatite C: No caso da Hepatite C, o teste sorológico principal é o anti-HCV. Se o resultado for reativo, isso indica que a pessoa teve ou está com a doença. Se o resultado for negativo, significa que a pessoa não tem a infecção. No entanto, para um diagnóstico definitivo após um resultado reativo, a realização da carga viral (teste de biologia molecular) é essencial, ao contrário da hepatite B. Se a carga viral também for positiva, indica que a pessoa está atualmente infectada. Se a carga viral for negativa, sugere que a pessoa teve a infecção no passado, mas não está mais com o vírus no organismo.

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