Educação é o primeiro passo para o combate ao diabetes
No mês que marca as ações de conscientização sobre a diabetes, a IDF – Federação Internacional de Diabetes – lança sua campanha global, com o foco será em educação. O tema vem como uma necessidade urgente, em nível global, pedindo aos governos que aumentem os investimentos para fornecer melhor apoio aos profissionais de saúde e pessoas que vivem com diabetes.
Para Mark Barone, do Fórum DCNTs e Vice-Presidente Global da IDF, “as atividades de conscientização são fundamentais, mas é preciso alavancar a educação sobre diabetes como um todo, no momento do diagnóstico e ao longo do tratamento – para as pessoas que vivem com a condição e para os profissionais de saúde.
No Brasil, a diabetes afeta mais de 15 milhões de adultos (Atlas de Diabetes IDF, 2021). Em relação ao diabetes tipo 1, o Brasil está em terceiro lugar no número global de casos e verificou-se, ainda, que a expectativa de vida dessas pessoas é reduzida em uma média de 25,4 ano no país. Para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, o sobrepeso e obesidade têm se mostrado um fator de risco preponderante e representa, hoje, o maior desafio quando se fala em prevenção.
“Há muitas lacunas de educação em saúde para quem vive com diabetes, somadas a um ambiente que não favorece opções saudáveis e falta ou deficiência no tratamento. Como consequência, as pessoas com diabetes têm desenvolvido prematuramente complicações, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, cegueira e danos nos nervos”, afirma Barone.
Em sua visão, em linha com muitos colegas pesquisadores e profissionais de saúde, iniciativa interessante seria a criação de um plano nacional estruturado de educação para pessoas que vivem com diabetes e de capacitação e atualização contínuas para profissionais de saúde. Para o desenvolvimento desse plano e para acompanhamento dos envolvidos em toda a jornada seria fundamental reunir esforços de associações de diabetes, sociedades médicas, academia, autoridades e instituições dos setores público e privado. “Há muita informação pouco divulgada e discutida, como os direitos dessas pessoas ao acesso aos seus cuidados. E os profissionais e trabalhadores da saúde, sobretudo da atenção primária, precisam de conhecimento mais aprofundado sobre a condição, para que possam identificar pessoas em risco ou já com sintomas e fazer o diagnóstico prontamente – além de prestar apoio contínuo”, finaliza.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), parceira da IDF nessa campanha, elencou um conjunto de metas globais de cobertura do diabetes para ser atingido até 2030. Elas incluem, dentre várias, tratar 60% de todas as pessoas com diabetes com mais de 40 anos com medicamentos para baixar o colesterol, e garantir que todas as pessoas com diabetes tipo 1 tenham acesso a insulina e automonitoramento de glicose no sangue. Alcançar essas metas passam, inevitavelmente, por educação e informação.