Desafios éticos no uso da Inteligência Artificial na Saúde

Por Carlos Alberto Pereira

Que a transformação digital na saúde chegou para ficar, somando ao diagnóstico clínico do paciente, não há dúvidas. Afinal, foi através da implementação da tecnologia no setor que se tornou possível a automatização – fundamental para uma gestão operacional mais eficiente; da proteção e integração de sistemas com dados sensíveis do paciente; acesso remoto às informações e monitoramento à distância; entre outros.

Poderíamos passar horas falando sobre os benefícios da Saúde 4.0 e o quanto a tecnologia, em especial, a inclusão da Inteligência Artificial (IA), contribui para a presença de um tratamento de excelência em instituições.

Entretanto, apesar de suas inúmeras vantagens, é necessário atentar-se às “letras miúdas” da IA, especialmente no que se refere à ética no seu uso e até que ponto o caminho indicado pela ferramenta é o ideal.

Manter as informações sensíveis do paciente é um dos maiores desafios éticos no uso das IAs. É de extrema importância a ocorrência de uma mudança cultural e estrutural das organizações.

Não basta apenas conectar um sistema de proteção ou colocar uma senha mais forte. É preciso mudar a mentalidade para que as artimanhas do externo não deixem o fator humano suscetível ao risco.

Além disso, há alguns preceitos defendidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no guia Grandes Modelos Multimodais (LMMS), divulgado no primeiro semestre deste ano, sobre a entrada da IA no setor, e que podem orientar nesse novo caminho.

Sob o ponto de vista ético, a Organização defende seis pontos, são eles: proteção de autonomia (médico controla a decisão clínica); promover o bem-estar, segurança humana e o interesse público (desenvolvedores devem seguir os requisitos regulatórios de segurança); garantir transparência e inteligibilidade (IA deve ser compreensível aos entendimentos médicos); promover a responsabilidade e a prestação de contas (IA só pode ser utilizada por profissionais treinados previamente); garantir a inclusão e equidade (encoraja o uso e acesso amplo); e ser responsiva e sustentável (promover a sustentabilidade dos sistemas de saúde).

Assim, levando em consideração os argumentos defendidos pela OMS, é importante frisar que a IA não deve ser vista como “detentora da verdade”, mas sim como mais um meio de suporte à saúde – já que ela pode consultar conteúdos livros de medicina e estudos de casos em milésimos de segundo – assim como são os exames de imagem e de coleta. Há, inclusive, soluções que são capazes de verificar padrões em imagens de Raio-X que, a olho nu, não seriam visíveis, apoiando, dessa forma, no diagnóstico preventivo.

E, por fim, mas não menos importante, acredito que não haverá momento em nossa história no qual a IA será capaz de substituir a pessoa do médico. Não tenho receio em afirmar que isso jamais acontecerá.

Afinal, por mais que a ferramenta gere insights na decisão médica, ela nunca terá a empatia e carisma humano necessários à profissão. A IA é nossa aliada nesse caminho, e não a nossa substituta.


*Carlos Alberto Pereira é Head de Estratégia da Flowti.

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