Alta demanda e o avanço da tecnologia: desafios da saúde
Por Gabrielle Vieira e Felipe Fagundes
A saúde no Brasil enfrenta um processo de transição. A pandemia de Covid-19 reforçou a necessidade de mudanças e investimentos na área e da importância de cuidar da mente e do bem-estar geral. O mercado conquistou avanços significativos nos últimos anos, entre eles o aumento da expectativa de vida, que passou de 63,2 anos em 2000 para 77,3 anos em 2022, e claro, melhorias obtidas por meio das tecnologias, que favorecem acesso a diversos serviços.
Gestão da saúde
A inovação é, sobretudo, uma parte importante e necessária na gestão de custos do sistema de saúde. Mesmo com avanços, os desafios permanecem, como a desigualdade no acesso aos serviços, falta de recursos e sobrecarga do sistema público. Portanto, investimentos em infraestrutura e planos de contingência são cruciais para lidar com situações de crise.
Tendências
Algumas tendências devem surgir nos próximos meses. A aceleração da transformação digital é uma delas, já que a tecnologia trouxe o avanço da inteligência artificial, da telemedicina e da impressão 3D. Outro assunto que vem ganhando relevância é o foco na prevenção, melhor forma de evitar doenças e melhorar a qualidade de vida da população.
A atenção centrada no paciente também é destaque. O atendimento personalizado é cada vez mais importante para garantir a qualidade da assistência. Dessa forma, o uso de dados e tecnologias voltadas às necessidades específicas de cada pessoa garantem um atendimento de qualidade. As healthtechs, startups de tecnologia em saúde, também estão em ascensão e prometem trazer inovações em telemedicina, como aplicativos de rastreamento de saúde e dispositivos médicos acessíveis.
Desafios
Com tantos avanços e inovações, surgem também desafios para profissionais e gestores. O sistema de saúde brasileiro é sobrecarregado e a alta demanda exige um grande esforço de cada profissional. Além do esgotamento, eles frequentemente enfrentam pressões emocionais ao lidar com pacientes em situações críticas, o que acarreta altos níveis de estresse e esgotamento emocional. A falta de recursos na área também é um dos obstáculos. Além disso, profissionais ainda precisam se adaptar e se atualizar às novas tecnologias e aprimorar a comunicação com pacientes e equipe de trabalho.
Os desafios também afetam gestores. Sabe-se que o financiamento do sistema de saúde brasileiro dificulta a expansão e a melhoria dos serviços. A gestão também é complexa e exige grande capacidade de planejamento e coordenação. Além da necessidade de se adaptar às mudanças tecnológicas e de mercado, o setor também enfrenta frequentes mudanças regulatórias, financeiras e orçamentárias. Mesmo diante das dificuldades, é preciso garantir uma equipe bem treinada, motivada e em número suficiente para atender à demanda crescente.
Como se preparar?
Os obstáculos na área da saúde no Brasil são complexos, mas há oportunidades para melhorias significativas. Isso poderá ganhar forma por meio de políticas públicas efetivas, mais investimentos em pesquisa e educação e conscientização de questões sociais.
Inovar além do óbvio não é fácil, mas é possível. O envolvimento ativo da comunidade na gestão da saúde também é necessário e permite que a população tenha voz ao abordar problemas locais. A colaboração entre todos os stakeholders, incluindo profissionais, gestores, governo e setor privado é ainda essencial para enfrentar os contratempos e moldar o futuro da área no Brasil. A jornada pode ser desafiadora, mas a visão de um sistema mais acessível, eficaz e centrado no paciente continua sendo uma meta alcançável.
*Gabrielle Vieira é COO da FHE Ventures e Felipe Fagundes é CEO da Hi! Healthcare.