Sistema gerencia demandas judiciais na área da saúde em SP

A partir da Constituição de 1988, a saúde foi instituída no Brasil como um direito, ou seja, é dever do Estado garantir a saúde e a vida saudável da população. Esse é o contexto que embasa o processo de judicialização da saúde pública e foi examinado pelo estudo Caracterização das demandas judiciais em saúde cadastradas no S-Codes junto à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, no período de 2013 a 2022. Segundo a autora do projeto, Ivy Calfa Espudaro, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde da USP, o cidadão recorre ao Poder Judiciário quando esse direito é ameaçado.

O S-Codes é um sistema web de informações que serve para gerenciar demandas judiciais e solicitações administrativas de saúde dos 17 departamentos regionais de saúde do Estado. “O estudo caracterizou a judicialização do Estado de São Paulo ao longo de dez anos, a partir de um recorte do que estava cadastrado no sistema de informação que eles utilizam na Secretaria de Estado da Saúde, que é o S-Code. As ações cadastradas são ações que solicitam produtos para a saúde ou procedimentos para a saúde, então ações de ressarcimento, de danos morais, de direito não entram. Entraram somente as ações em que é para o cidadão receber alguma terapia no período de dez anos”, diz.

As maiores demandas

As solicitações analisadas englobam tanto medicamentos quanto procedimentos — desde a cirurgia mais simples até a mais complexa, por exemplo. Sobre a demanda de medicamentos, a pesquisadora destaca: “A insulina glargina, uma insulina de ação prolongada, foi o principal medicamento demandado nas ações judiciais. Hoje ela é tratada no SUS nas farmácias de componente especializado que necessitam de um protocolo, o que era chamado antigamente de medicamentos de alto custo. Porém, nos dois últimos anos, o medicamento chamado Rivaroxabana foi a medicação mais demandada. O remédio é utilizado por pacientes com arritmia cardíaca, ou seja, para uma população específica; já houve um parecer de não incorporação, sendo uma tecnologia que não está incluída no SUS. Nos achados de dez anos, 77,5% dos medicamentos solicitados não estão incluídos no SUS”.

Sobre os procedimentos, Ivy acrescenta: “Houve um crescimento da demanda com relação à cirurgia ortopédica, independentemente da complexidade. Esse tipo de cirurgia foi a primeira posição em quase dez anos. Porém, nos dois últimos anos, há um destaque para uma mudança de perfil: há maior procura para tratamentos oncológicos, incluindo o tratamento todo e não só os medicamentos. O que chamou também a atenção, nos dois últimos anos, é que internações psiquiátricas tiveram um grande destaque no aumento dessa judicialização de saúde”.

Como diminuir as judicializações

As solicitações não são homogêneas, conforme os 17 departamentos. “Ribeirão Preto, a Grande São Paulo e São José do Rio Preto foram as que mais cadastraram em número de ação judicial. Porém, se comparar o número de ação judicial com a população da região, Barretos e a região de Presidente Prudente são as duas que mais tiveram ações judiciais; com relação ao número de pessoas residentes na região, foi em Barretos e Presidente Prudente que a judicialização foi mais intensa.”

Ivy finaliza ao comentar a respeito de como reduzir o número dessas solicitações. “A conclusão da pesquisa é de que as análises temáticas gerais e regionais precisam ser mais detalhadas para um entendimento global da judicialização em saúde, que envolve outras questões que não só o direito individual. Apoiar decisões estratégicas, entender o que está acontecendo a nível regional e a nível estadual e a nível nacional são partes fundamentais para o crescimento do SUS e a detecção do que está acontecendo, seja em questões mercantilistas, seja em questões de falta de acesso, seja em questões políticas, partidárias. É necessário esse diagnóstico para melhoria do SUS e a diminuição dessas solicitações.” (Com informações do Jornal da USP)

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.