Deloitte aponta seis questões urgentes a serem trabalhadas por líderes da saúde

A pandemia da Covid-19 tem impactado e transformado os mais diversos segmentos da sociedade e da economia no mundo todo. No setor da saúde, ela tem colocado uma grande pressão sobre a força de trabalho, infraestrutura e cadeia de abastecimento dessa indústria. Além disso, a pandemia está acelerando a mudança em todo o ecossistema e forçando os sistemas de saúde público e privado a se adaptarem e inovarem em um curto período. Diante desse contexto, a pesquisa “Global Health Care Outlook 2021“, elaborada pela Deloitte, sugere que os líderes da indústria devem aproveitar esse momento para tratar de questões setoriais urgentes: novos hábitos dos consumidores, formas ágeis de trabalhar, transformação digital, colaborações entre os ecossistemas, inovação do modelo de cuidado e mudanças socioeconômicas.

“O momento que vivemos, ocasionado pela pandemia da Covid-19, tem exacerbado deficiências e desencadeado mudanças sistêmicas em todos os agentes do setor de saúde, no Brasil e no mundo. Acesso a talentos diferenciados, tecnologia emergente e conjuntos de dados robustos, todos conectados por meio de uma plataforma para catalisar e sustentar a inovação, agora são mais cruciais do que nunca. As empresas de saúde estão respondendo a essas transformações por meio da telemedicina, aumentando as transações sem contato e os testes clínicos rápidos, todos os quais requerem olhar para fora para obter insights e recursos para acelerar, construir e lançar ofertas abrangentes”, destaca Luís Joaquim, sócio-líder de Life Sciences & Health Care da Deloitte.

Mudança no hábito dos consumidores: Os consumidores estão aprendendo sobre seus riscos para a saúde, a se comunicar com seus médicos de maneiras diferentes e mudando suas atitudes sobre a privacidade de seus dados. Eles querem conveniência, acesso e transparência em relação aos cuidados e aos custos de seus tratamentos. Cada um desses fatores tem uma influência significativa sobre como os consumidores estão sentindo e interagindo com seu sistema de saúde. O estudo global indica que houve um aumento da adoção de interações virtuais (telemedicina) – 80% dos usuários estão propensos a fazer consultas virtuais mesmo pós Covid-19.

De acordo com o relatório, as pessoas estão experimentando uma explosão de dados através de wearables (dispositivos tecnológicos “vestíveis”, como relógios, pulseiras e óculos de realidade virtual) e um número crescente de sensores “sempre ligados” em casa, no trabalho e no ambiente médico. Esses dados serão cada vez mais utilizados para insights e intervenções personalizadas e voltados principalmente para vitalidade, prevenção e diagnóstico precoce. Os consumidores esperam que os cuidados estejam disponíveis quando e como é mais conveniente e seguro para eles. Isso inclui cuidados virtuais (visitas virtuais, monitoramento remoto), entrega de prescrição em casa (encomenda de correio ou mesmo drones), diagnóstico digital e suporte a decisões, aplicativos de autoatendimento para educação, modificação de comportamento e apoio social, entre outros.

Transformação digital: A transformação digital pode ajudar as organizações individuais de saúde e o ecossistema de saúde público e privado a melhorar as formas de trabalho, expandir o acesso aos serviços e proporcionar uma experiência mais eficaz entre pacientes e médicos. Já a Inteligência Artificial (IA) está ganhando força na assistência à saúde. Antes era utilizada principalmente em automatização de processos manuais, mas a pandemia abriu portas para a IA e outras tecnologias digitais para resolver problemas clínicos e não clínicos complexos. A capacidade da IA de examinar grandes quantidades de informações rapidamente pode ajudar os administradores de hospitais e planos de saúde a otimizar o desempenho, aumentar a produtividade e melhorar a utilização dos recursos, resultando em eficiência de tempo e custos. A Inteligência Artificial também pode oferecer experiências personalizadas facilitando conversas com pacientes por meio de assistentes virtuais.

A interoperabilidade de dados permite que diferentes sistemas de informação, dispositivos e aplicativos acessem, troquem, integrem e usem os dados de forma coordenada e padronizada, dentro e fora das fronteiras organizacionais, regionais e nacionais. É um bloco de construção essencial para um sistema de saúde sem barreiras — aquele que fornece portabilidade oportuna e perfeita de informações, aproveita análises avançadas para gerar novas percepções e otimiza a saúde de indivíduos e populações globalmente. Quando implementado corretamente, pode ajudar a melhorar muito o atendimento e o empoderamento do paciente e proporcionar um sólido retorno sobre o investimento (ROI).

Healthtechs: Espera-se que alianças interessantes surjam entre as empresas de cuidados de saúde e as gigantes da tecnologia, com cada uma trazendo seus pontos fortes diferentes. Empresas de tecnologia tipicamente fornecem conhecimento digital, dados, insights de análise, experiência do cliente e grandes orçamentos de investimento. Já as entidades de saúde trazem conhecimentos clínico e de mercado e a confiança do consumidor. Atualmente, há 577 healthtechs no Brasil, que, juntas, empregam cerca de 10 mil pessoas, de acordo o Distrito HealthTech Report 2020.

Consolidação do mercado: As organizações que procuram inovar buscarão consolidação para ganhar mais capacidades, recursos e relacionamentos. As operações de M&A (fusões e aquisições) provavelmente serão necessárias para as empresas competirem neste mundo constante transformação, com a entrada de disruptores e o impulso mais amplo para que o atendimento seja prestado de uma maneira mais otimizado, equitativo, preventivo e focado no bem-estar. O mercado brasileiro registrou, em outubro de 2020, 128 fusões e aquisições no setor de saúde e higiene, que movimentaram mais de R$ 15 bilhões no mercado.

Saúde baseada em valor: As organizações devem estar dispostas a investir em modelos financeiros emergentes, como saúde baseada em valor, serviços de saúde e pagamentos capitalizados que coloquem as necessidades do paciente no centro. O foco está mudando de cuidado com a saúde para cuidado com a saúde e com o bem-estar. Mais recursos estão sendo alocados do fim da cadeia da saúde (tratamento e pós-atendimento) para o início. Haverá um maior foco na promoção de estilos de vida saudáveis, vitalidade e bem-estar, sobre prevenção primária e secundária e no diagnóstico precoce. Os modelos de pagamento baseados em valor são projetados para reduzir os gastos e melhorar os resultados. Em comparação com o FFS (Fee-for-Service), esses modelos colocam maior responsabilidade pelos resultados clínicos e de custos em organizações e/ou profissionais individuais que prestam atendimento. No Brasil, a verticalização das operadoras consegue controlar melhor os custos e investir em tratamentos mais eficientes, com menos desperdícios. Porém, ainda se tem muito que trabalhar para utilização da tecnologia que beneficie a medicina preventiva, evolua o relacionamento médico-paciente, transacione a solicitação de protocolos clínicos padronizados para medicina personalizada e construa um modelo de remuneração baseada em performance.

Forte regulação do setor: Em relação ao uso de dados e gestão de riscos, a segurança cibernética continuará a ser um problema central para provedores de nuvem e seus clientes. É necessário que as empresas estabeleçam uma estrutura de governança robusta para apoiar a gestão de mudanças e uma cultura de transformação digital, incluindo clareza sobre a propriedade de dados, segurança, consentimento e educação do paciente. No futuro da saúde, os dados serão mais amplamente compartilhados, coletados e analisados. As organizações de saúde estarão posicionadas para criar um valor a partir dessas informações anteriormente indisponíveis, usando-as para aumentar a eficiência operacional e aumentar o engajamento dos consumidores. No Brasil, todas as movimentações na indústria da saúde são limitadas a um setor fortemente regulado. A Lei nº 9.656/1998, que regulamenta a operação de planos de saúde no Brasil, prevê penalidades a serem aplicadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em caso de violação de contratos de planos privados de assistência à saúde ou descumprimento da legislação do mercado de saúde suplementar. A penalidade deve estar amparada em fatores como a gravidade da infração e o porte econômico da operadora. Entre 2008 e 2020, houve um crescimento de 130% no número de ações judiciais.

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