Projeto de rastreabilidade deve ser finalizado até 2022

Pesquisadores da USP participam do grupo que concebeu o projeto para implantar o rastreamento de medicamentos no Brasil. O objetivo é inibir roubos e falsificações, trazendo mais segurança aos consumidores e indústria. A parceria envolve o Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais (Gaesi) da Escola Politécnica (Poli) da USP, o Núcleo de Inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A iniciativa resultou em um projeto piloto que está sendo testado por empresas farmacêuticas, distribuidoras de medicamentos, hospitais e drogarias. A implantação tem previsão de ser finalizada no País até 2022.

O projeto vem atender à Lei Federal nº 13.410/16, de 2016, que determina a criação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, visando ao controle da produção, distribuição e comercialização de medicamentos no Brasil.

O grande objetivo é inibir furtos e falsificação que atingem o setor, conta o engenheiro Vidal Augusto Zapparoli Castro Melo, do Gaesi. “Estudos mencionam que em países desenvolvidos, a estimativa é que até 5% dos medicamentos sejam alvo de furtos e falsificações. Em países em desenvolvimento, esse porcentual pode chegar até 20% ou 30%”, diz.

Data Matrix

A rastreabilidade vai funcionar a partir da criação de um número único, no momento da fabricação do medicamento, que será codificado e colocado na caixa na forma de um Data Matrix, código de barras bidimensional muito semelhante visualmente ao QRCode, que vai conter número de série, lote, validade, número de registro na Anvisa e código GTIN (sigla em inglês para Global Trade Identification Number, que é o código comercial do produto). Se o produto for importado, o importador ficará responsável pela serialização e impressão do Data Matrix.

“É um processo na linha de produção. A indústria precisará implantar equipamentos e sistemas específicos que façam essa geração e impressão dos dados nas embalagens de medicamentos”, explica Melo.

De acordo com o pesquisador, após todas as etapas de controle de qualidade da indústria, esse número único vai ser comunicado para a Anvisa ter ciência de que aquela unidade será comercializada no mercado nacional.

A partir daí, todas as etapas seguintes serão rastreadas e obrigatoriamente deverão ser comunicadas à Anvisa, desde a saída da fábrica, a entrega para os distribuidores e até a venda final ao consumidor (ou do uso em hospitais). Quando isso ocorrer, o último elo (farmácias ou hospitais) deverá informar à agência da finalização do rastreamento e que aquela caixa deixou de fazer parte da cadeia de medicamentos do Brasil. “Para o futuro, está previsto que o consumidor final tenha um aplicativo de celular e possa consultar a rastreabilidade dos medicamentos”, conta Vidal Melo.

A concepção do projeto foi realizada por integrantes do Gaesi, do Hospital das Clínicas e da Anvisa. O Gaesi desenvolveu um ambiente on-line onde foram realizados os primeiros testes, tendo como base a rotina do Hospital das Clínicas. Essa etapa durou o período de agosto de 2018 até março de 2019.

Projeto piloto

O passo seguinte foi implantar o projeto piloto. Os testes começaram em março de 2019 e tiveram a participação das empresas Ache Laboratórios Farmacêuticos, Bayer Schering, Biosintética Farmacêutica, Boehringer Ingelheim, Drogaria Araujo, Drogaria Soares, Fundação São Francisco Xavier, Genésio A Mendes & Cia, Hospital Albert Einstein, Janssen Manufacturing, Libbs Farmacêutica, Profarma Specialty, Raia Drogasil, S.M. Mantovani e Cia., além de diversas empresas de tecnologia interessadas no setor. Esses primeiros testes foram realizados até o final do último mês de abril, quando a Anvisa publicou um relatório com as primeiras considerações sobre o projeto piloto.

Os testes vão continuar pelos próximos anos até que todos os ajustes sejam feitos e a implantação possa ser finalizada. Segundo a Lei 13.410, a Anvisa deve começar a implantar o projeto em território nacional até 28 de abril de 2022, período em que o setor terá de se adaptar às novas regras com base em um cronograma a ser definido.

Os trabalhos tiveram a coordenação do professor Eduardo Mario Dias, da Escola Politécnica (Poli) da USP. Além de Vidal Augusto Zapparoli Castro Melo, também participaram do projeto os pesquisadores Alinne Beteto, Anderson Eleutério, Eduardo Almeida, Leonardo Eloi Mathias, Antonio Joaquim de Souza Meneses, Aécio Meneses Alves e José Antonio Tosta.

*Com informações do Jornal da USP / Valéria Dias – Infografia: Beatriz Abdalla

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.