Segundo a Dasa, 70% dos pacientes diabéticos não monitoram a doença
Um levantamento feito pela Dasa, empresa que o laboratório Sérgio Franco integra, analisou dados de pacientes que realizaram exames de hemoglobina glicada em laboratórios da companhia. Segundo o estudo, entre 2017 e 2019, 5,4 milhões de brasileiros fizeram o teste de hemoglobina glicada, que mede a quantidade de glicose no sangue. Deste total, mais de 1,6 milhão recebeu o diagnóstico indicando possível pré-diabetes e 450 mil pessoas tiveram exames alterados, com risco para diabetes – deste último grupo de pacientes que possivelmente seriam diagnosticados com a doença crônica, 70% deles não retornaram para fazer exames de rotina de controle e monitoramento da glicemia em laboratórios Dasa.
Para a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a situação do controle glicêmico é um fator preocupante. Segundo a entidade, 90% dos diabéticos tipo 1 e 73% dos diabéticos tipo 2 estão com a doença fora de controle. O tipo 1 é caracterizado por ser autoimune e genético, ou seja, o paciente sofre uma mutação nos genes. Já o diabetes tipo 2 é hereditário e o seu início pode ser influenciado pelos hábitos de vida.
Para especialistas da SBD, o grande problema é que o diabético não verifica corretamente a taxa de açúcar no sangue. O recomendado é que o paciente monitore a glicemia no mínimo 6 vezes ao dia – 3 testes antes das principais refeições e 3 testes realizados duas horas após essas refeições, pelo menos 3 dias por semana. A Sociedade ainda esclarece que a maioria dos diabéticos não dispõe dos monitores de glicemia e das tiras reagentes para fazer esses testes. Como consequência, o médico não consegue saber qual é o real estado glicêmico do paciente durante a consulta.
Para Myrna Campagnoli, médica endocrinologista do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, o monitoramento é muito importante para que a doença não evolua para formas mais graves. “O paciente deve procurar regularmente o médico e realizar os exames de controle da doença, como o de glicemia, que mede as taxas de açúcar no sangue, e o de hemoglobina glicada que permite conhecer a média da glicemia nos últimos três meses”, explica Myrna.
No entanto, ela explica que, além do monitoramento, é fundamental a realização de exames para o diagnóstico do tipo específico de diabetes. “Os exames bioquímicos anti-GAD, anti-ilhota e anti-insulina diferenciam e especificam o tipo da doença, auxiliando o médico assistente a definir a conduta clínica mais eficaz”, conta.