A revolução no cuidado com o paciente de alta complexidade
Por Carlos Rochitte
Estamos vivendo um momento de transformação na área da saúde, impulsionado por avanços tecnológicos que moldam o futuro do atendimento médico. Desde os consultórios até os prontos-socorros e salas de cirurgia, a inovação é uma aliada essencial no tratamento de patologias, sejam elas graves ou não.
O cenário de saúde se tornou ainda mais desafiador com o envelhecimento da população e os efeitos duradouros da pandemia, que interromperam tratamentos e aceleraram a progressão de doenças crônicas. Esse panorama resultou em um aumento significativo de doenças de alta complexidade, exigindo soluções ainda mais sofisticadas e eficazes.
Para enfrentar esse desafio, contamos com os procedimentos de alta complexidade (PACs). Esses exames de precisão não são apenas tecnologicamente avançados, mas também permitem diagnósticos e tratamentos mais assertivos. O termo “alta complexidade” não se refere à dificuldade ou duração dos procedimentos, mas sim à tecnologia de ponta e à precisão envolvidas. Os procedimentos são geridos por equipes multidisciplinares altamente especializadas, garantindo o melhor cuidado possível para os pacientes.
Os PACs desempenham papel crucial na medicina moderna, auxiliando no planejamento cirúrgico e na compreensão aprofundada dos casos clínicos. Com o crescimento exponencial de doenças complexas pós-pandemia, esses procedimentos se tornaram uma ferramenta indispensável para enfrentar as novas demandas da saúde.
No caso das doenças cardiovasculares, principais causas de morte no mundo, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética cardiovascular são meios de diagnóstico precoce e preciso, fornecendo também a extensão e a gravidade do problema. Essa informação permite aos médicos diagnosticarem a doença subclínica, ou seja, antes que os sintomas apareçam, e indicarem a terapia certa, no momento certo e para o paciente certo.
Os PACs têm papel não só no diagnóstico, mas durante e após o tratamento, monitorizando os efeitos e modulando a terapia. Em conjunto com a inteligência artificial, genética e biomarcadores, tem-se o objetivo de melhorar a longevidade e qualidade de vida de todos nós. Essa é a rotina de equipes especializadas em medicina de precisão como as nossas, do Hcor.
Além dos PACs, a tecnologia também está revolucionando o cuidado ao paciente fora do ambiente hospitalar. Dispositivos wearables permitem o monitoramento remoto em tempo real, ajudando na prevenção de riscos e na gestão de condições de alta complexidade. A inteligência artificial (IA) também está se tornando uma aliada poderosa, processando e analisando dados para oferecer diagnósticos mais rápidos e precisos e prever tendências de saúde.
Apesar de todas essas inovações, o cuidado humanizado continua sendo o pilar fundamental da medicina. A proximidade com o paciente desde o início pode fazer toda a diferença, prevenindo a evolução de doenças e promovendo um atendimento mais eficaz e personalizado.
O futuro da saúde é agora, e a combinação de tecnologia avançada com um atendimento centrado no paciente promete um novo padrão de cuidados, mais preciso e mais humano.
*Carlos Rochitte é coordenador da Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada Cardiovascular do Hcor.