Prefeitura de São Paulo lança Corujão do Câncer
A prefeitura de São Paulo lançou ontem (21) um programa para acelerar o atendimento dos pacientes com câncer de estômago, colorretal, tireoide e próstata, os tipos que registram maior incidência da doença. Essa será a primeira fase do chamado Corujão do Câncer, que começa a atuar amanhã, quinta-feira (23).
O programa terá 2,3 mil vagas para colonoscopia, exame que detecta câncer do intestino para pessoas com idade acima de 65 anos. O objetivo é agilizar o tratamento da doença.
Durante a apresentação do programa, o prefeito Bruno Covas citou seu caso, lembrando que em menos de uma semana teve o diagnóstico de um câncer e já iniciou o tratamento quimioterápico. “É inaceitável que o prefeito, que tem condições de pagar um plano de saúde, tenha esse tipo de agilidade e a população, que não tem condições de pagar um plano de saúde, tenha que esperar dias para continuar e ter acesso a um tratamento.”
O início da segunda fase do programa está previsto para março e priorizará os pacientes com diagnóstico de câncer de pele, ginecológico, hematológico, neurológico, pneumológico, oftalmológico e pediátrico. O programa aumentará a oferta de exames como Ecocardiograma, Densitometria Óssea, Ultrassonografia Mamária, Endoscopia. Serão 70.953 vagas com a ampliação de horário de atendimento das 19h às 22h, em 21 unidades municipais, sendo 13 Hospitais Dia e oito AMA-E (Assistência Médica Ambulatorial de Especialidades).
Este é o terceiro corujão feito na cidade e, segundo o prefeito, assim como os outros, a ideia é reduzir ou zerar a fila de atendimento existente, por isso o programa não é permanente.
“Se a qualquer momento voltar a acontecer, pode-se ter um novo corujão. Ele não é um programa duradouro porque tem uma ação específica. Esperamos que não seja necessário voltar lá na frente a esse Corujão do Câncer, mas se houver necessidade ele retorna, para que o tempo médio de atendimento possa permanecer”, explicou.
Os hospitais parceiros do Corujão do Câncer serão o AC Camargo, Instituto de Câncer Dr. Arnaldo (CAVC), Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho/Einstein (Vila Santa Catarina) e Hospital Sírio-Libanês. A parceria dura por todo o período de tratamento, em toda a linha de cuidado, pelo período estimado de dois a cinco anos. Cada paciente terá um custo mensal estimado de R$ 26 mil para o município. O total de investimento no programa é de R$ 15 milhões.
“O que nós acreditamos é que atacando essas especialidades que são as mais prevalentes, com as 11.040 vagas anuais que já temos, conseguiremos ter uma administração mais regular do acesso. Essa ampliação vai ser bastante importante e com isso podemos ter um tempo de espera muito menor”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.
Apesar de o nome sugerir que o atendimento seja feito exclusivamente à noite, o secretário esclareceu que o programa funcionará 24 horas para os exames de colonoscopia, na primeira fase, e das 7h às 22h, na segunda etapa.
De acordo com o secretário, o município de São Paulo já atende à Lei 12.732/2012, que determina que o paciente diagnosticado com câncer deve ser tratado em menos de 60 dias. A meta da prefeitura é reduzir a espera para a realização de exames em 30 dias até o final de 2020.
O tratamento do câncer é feito por meio de repasse de recursos do governo federal para o município. Em 2019, o município de São Paulo atendeu 10.839 pessoas com câncer, na rede municipal do Sistema Único de Saúde (SUS).