Corrupção sistêmica durante a pandemia foi favorecida por mudanças institucionais

O Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) desenvolveu a pesquisa A Racionalidade da Corrupção Desvendada pela CPI da Covid-19 a partir dos resultados do relatório final da comissão do Senado que apontam indícios de corrupção em vendas de insumos médicos para o Ministério da Saúde; desvios de recursos nos hospitais federais do Rio de Janeiro; esquemas suspeitos de negociação e compras de vacinas; e suspeitas de irregularidades no contrato de operação logística da VTCLog.

O estudo do CMLE analisa que mudanças institucionais como a Lei 13.979/20 e Medida Provisória 9 61/2020, além de flexibilizar o regime de contratação pública e possibilitar pagamentos adiantados de bens e serviços de medidas vinculadas a emergência do quadro pandêmico, sem a necessidade de garantia, também premiaram, ainda que não intencionalmente, o exercício de atividades de renda de busca de privilégios através de conexões políticas, o aumento do poder discricionário de gestores públicos e as oportunidades que eles passaram a ter de ganhar com investidas de empreendedorismo político improdutivo.

Para efetuar a análise, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio das abordagens da Nova Economia Institucional (NEI), Teoria da Escolha Pública (TEP) e Escola Austríaca de Economia (EA), a fim de codificar as teses apresentadas no relatório da CPI. De acordo com Roberta Muramatsu, líder da pesquisa, foram reveladas 247 evidências textuais associadas a essas categorias, explicando a lógica econômica da corrupção pública sistêmica, que envolveu políticos, burocratas e grupos de interesse durante a crise do coronavírus no Brasil.

Muramatsu explica que a corrupção envolve o corruptor e aquele que é corrompido, num ambiente com pouca liberdade econômica, baixa transparência, alta discricionariedade e baixa responsabilização, o que torna os mecanismos de fiscalização falhos. “Há, assim, empresas como a DAVATI Medical Supply, Precisa Medicamentos, VTCLog, por exemplo, que são investigadas e citadas no relatório. Importante ressaltar que a CPI trouxe à tona inúmeros indícios, mas tais indícios não foram, ainda, levados às instâncias da Justiça, portanto, não se esgotando o devido processo legal que faz parte de nosso ordenamento jurídico”, explica a professora.

O projeto foi coordenado pelos pesquisadores Roberta Muramatsu, professora adjunta de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e Paulo Rogério Scarano, professor dos cursos de graduação em Ciências Econômicas e pós-graduação em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.