50% acham possível controlar o colesterol sem medicação
No dia 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, uma doença silenciosa que, se não for controlada, impacta diretamente na saúde do coração. O colesterol alto é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, que incluem infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Essas condições têm um alto impacto no número de internações e mortes no Brasil e no mundo. No Brasil, anualmente ocorrem cerca de 400 mil mortes relacionadas a doenças cardiovasculares – número maior do que todas as mortes por cânceres somadas.
Uma pesquisa feita pela Ipsos a pedido da Novartis traz dados que demonstram que 80% dos 1000 entrevistados dizem conhecer o termo “colesterol”, mas apenas 12% sabem, por exemplo, que o colesterol elevado (ou acima do ideal recomendado para o organismo) não gera sintomas aos pacientes;
O colesterol ruim (LDL) acaba, na verdade, sendo uma das condições de saúde que menos preocupam os brasileiros, segundo a pesquisa Ipsos. O levantamento pediu aos entrevistados que ranqueassem, de acordo com nível de preocupação, algumas das doenças e condições clínicas mais comuns do dia a dia. Entre as doenças cardiovasculares e metabólicas, lideram o ranking infarto e AVC, seguidos por pressão alta, diabetes e depressão. Enquanto isso, o excesso de colesterol ruim (LDL) preocupa apenas 10% dos entrevistados.
Ainda assim, o levantamento da Ipsos mostra que 50% dos brasileiros acreditam que é possível controlá-lo sem medicação, mesmo quando um paciente se enquadra em um perfil considerado de alto ou muito alto risco.
A alimentação (50%) e a eliminação da ingestão de alimentos gordurosos (58%) ainda aparecem, erroneamente, como as principais formas de cuidar do colesterol ruim (LDL).
Cerca de 20% dos sulistas entrevistados acreditam que beber água com limão pode ajudar a diminuir o colesterol. Porém, não há evidências científicas que comprovem a efetividade desta prática.
A região Norte do Brasil apresenta um nível de conhecimento sobre controle e tratamento do colesterol inferior ao das demais regiões brasileiras. Em uma escala de 1 a 10, a média nacional de conhecimento é de 6,1, enquanto a média na região Norte é de 5,7.
Apenas 18% dos nordestinos fazem uso de medicamentos para controle do colesterol.
A pesquisa traz o preocupante dado de que 68% desses pacientes de muito alto risco não sabem que precisam manter o colesterol ruim (LDL) abaixo dos 50mg/dL. Quando a amostra é ampliada e inclui os pacientes com colesterol elevado em geral, só 34% fazem uso de medicação para auxiliar na sua redução.
A pesquisa foi realizada com 1000 entrevistados em uma amostra espelhada da população brasileira 18+ das classes A, B e C. A amostra contou com 48% dos participantes do sexo masculino e 52% do sexo feminino. Foram entrevistadas pessoas de todo o Brasil: 49% Sudeste, 20% Nordeste, 17% Sul e 15% das regiões Centro-oeste e Norte.
Adesão ao tratamento
O sucesso no controle de condições crônicas depende de alguns fatores, entre eles a adesão do paciente ao tratamento, que é quando o indivíduo segue à risca a prescrição e demais orientações da equipe médica sem falhar. No caso do colesterol ruim (LDL) a má adesão ao tratamento usual com estatinas está associada ao não atingimento das metas seguras, principalmente nos pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica. Como consequência, a doença evolui, aumentando a morbidade e mortalidade dos pacientes.
“Quando falamos em colesterol, que se trata de uma doença silenciosa, a assiduidade ao tratamento é fundamental para o atingimento das metas de LDL. Para as pessoas que sofreram um infarto ou AVC, é recomendado manter os níveis abaixo de 50 mg/dL, e, apenas uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos não são suficientes para atingir essa meta. É essencial um acompanhamento médico regular e, muitas vezes, a utilização de medicamentos específicos para o controle eficaz do colesterol”, disse o cardiologista do InCor, Sergio Timerman.
Um estudo norte-americano, baseado no banco de dados Komodo Health, realizado com pessoas já em tratamento, indica uma mudança de chave que pode ajudar médicos e pacientes a superarem o desafio da adesão. O estudo avaliou a adesão ao tratamento com três terapias: inclisirana, alirocumabe e evolocumabe. Dentre as terapias analisadas, inclisirana, que é administrada em injeções em um esquema com dose inicial, outra em três meses e depois semestralmente, teve a maior adesão com 69,9% dos pacientes continuando com o tratamento. A aderência com alirocumabe e evolocumabe, administrados a cada 2 semanas ou 1 vez ao mês, foi de 51% e 48,6%, respectivamente, comprovando que posologia influencia na adesão ao tratamento do colesterol ruim.