Oportunidades e tendências do setor farmacêutico
O Conexão Farma 2022, evento que aconteceu de 15 a 17 de março e promovido e realizado pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), apresentou as principais tendências do mercado farma para 2022 e 2023. Paulo Paiva, do Close-Up International, fez um Raio X do setor, falando da importância de olhar para a operação e encontrar maneiras de melhorar a efetividade da operação sem gastar mais. Paiva comentou do crescimento do setor e postos-chaves a serem olhados e o cenário que aponta para um ano de 2022 muito melhor do que o de 2020 e 2021 e até mesmo do que 2019, ano que antecedeu a pandemia. A importância de estar preparado para esse cenário também foi salientada.
“O mercado está muito competitivo. É preciso ser melhor que os concorrentes. Sabendo o que acontecerá e entendendo melhor o mercado, tendo informações que precisam ser analisadas e vendo onde estão as oportunidades que não estão sendo absorvidas ainda. E, isso não se consegue fazer sozinho. Por isso, é importante, buscar parceiros e ver quem consegue te ajudar nesse caminho de melhorar essa análise e o volume de conteúdo que você acessa, apoiando com boas práticas”.
Indo em linha às oportunidades e à necessidade cada vez mais latente de diversificação dos serviços farmacêuticos, os Testes Rápidos em Farmácias, sua rentabilidade e o que esperar deste mercado no pós-pandemia foi o tópico da palestra de Fabiano Queiroz, da Eco Diagnóstica. Em conjunto com os canais digitais, são hoje uma das maiores disrupções do varejo farmacêutico. Foram mais de 16 milhões de testes rápidos realizados nas farmácias desde o início da pandemia. O especialista mostrou o que se pode esperar, inclusive no que diz respeito à regulamentação e falou da importância de não perder esse momento em que a farmácia definitivamente está sendo transformada em um lugar de cuidar de saúde.
“Vimos o crescimento desta modalidade, mas estamos falando de uma solução que vai muito além do Covid-19, existem testes para doenças crônicas, sexualmente transmissíveis, preveníveis, entre outras. Estamos falando de uma oportunidade que compõe o mix de serviços farmacêuticos, sendo talvez a grande vertente do momento e o que pode trazer maio rentabilidade, funcionando com uma âncora maior do serviço farmacêutico”.
Complementando esse tema de diversificação, Ricardo Silveira, falou sobre a implementação de farmácia clínica, como uma oportunidade para o varejo independente. Segundo ele, que trabalha dede 2014 com a implementação de projetos desse tipo, esse é um momento único que permitirá às farmácias consolidarem-se como hub de saúde e de mudar ainda mais a experiência que proporcionam para os shoppers. Atualmente são mais de cinco mil consultórios farmacêuticos no país e as grandes redes são as percursoras.
“Fora o lado de conveniência de fornecer mais do que os medicamentos, produtos de higiene de beleza e de passar a ver a farmácia como uma prestadora de serviços, tem o contexto social. O Brasil tem uma necessidade muito grande de atenção básica de saúde com mais de 140 milhões de pessoas sem acesso a plano de saúde e a farmácia entra como uma porta a mais. As mais 89 mil farmácias ajudariam muito no suporte ao sistema de saúde e a cuidar das pessoas”, argumentou Silveira.
Além disso, Christian Abramson, da Cubik, abordou o tema “Mais que cliente, experiência do Indivíduo!”. Entender a necessidade do cliente no ponto de venda deve ser sempre o ponto de partida. “Pensar em todas as etapas da vida do cliente e levar a marca até ele é primordial. Ela tem que ser reconhecida, considerada e comprada. Por isso, a importância de estar onde o consumidor está, sempre fazendo o exercício de empatia, pensando que não é o foco no cliente e sim o foco do cliente e considerando o que interessa ao indivíduo da porta da loja para fora. Essa é a nova forma de fazer varejo, entender para atender”, reforçou Abramson.
O encerramento do evento ficou por conta de um dos maiores exemplos de superação e de visão empreendedora do país na atualidade, Rick Chesther. O mineiro erradicado no Rio de Janeiro contou a sua trajetória de vida e como de vendedor de água passou a um dos milionários do Brasil, convidado a palestrar em Harvard. Rick deixou ao público do Conexão Farma a mensagem de quão importante é não desistir. “É preciso estourar bolhas e correr atrás de conhecimento. Se não achar um livro, escreva-o. Você é capaz de mudar qualquer cenário que você queira. Ser possível basta. Esqueça o resultado final, pois o segredo está no percurso. Pega a visão”, conclui.