Complexo Pequeno Cotolengo investe em plataforma clínica
Em dezembro de 2022, o Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo receberá a equipe do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) para a última visita antes da avaliação final, em maio de 2023, visando a conquista da Acreditação Joint Commission International (JCI) em Cuidados Prolongados. Este será um dos passos mais importantes da trajetória da organização sem fins lucrativos fundada em 1965 pelos religiosos Orionitas – inspirados pelo legado de São Luís Orione – e que inaugurou a primeira unidade hospitalar de cuidados prolongados de Curitiba (PR) em 2018.
“Somos uma organização do terceiro setor, por isso, buscamos por resultados que ampliem o nosso impacto social e que estejam alinhados com a missão de cuidar de pessoas e transformar vidas. Nossos indicadores de desempenho devem garantir a qualidade e a segurança dos pacientes e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade para o nosso negócio”, destaca o Diretor Executivo do Complexo, Diogo Azevedo. Em breve, serão inaugurados 25 novos leitos de transição e de longa permanência, totalizando 256 até o final de 2022.
“Nesta nova unidade vamos ofertar cuidados integrados pós-fase aguda para pacientes egressos do SUS com necessidade de assistência interdisciplinar. Teremos um modelo médico adequado que visa a reabilitação para a desospitalização, seja para voltar para casa ou para a instituição de acolhimento, uma vez que são leitos de transição, não de destino final” conta o diretor. Além desses casos, o Cotolengo é uma das maiores organizações no Brasil que oferece, de forma 100% gratuita, acolhimento, saúde e educação para pessoas com deficiências múltiplas em situação de risco, abandono familiar e também asilados hospitalares, desde recém-nascidos até o fim da vida. Segundo Diogo Azevedo, quase que a totalidade dos assistidos estavam em situações de risco e de abandono, de vulnerabilidade social antes de serem acolhidos. São pessoas sem família ou que foram para o complexo por conta de determinação judicial. “Elas saem daqui somente quando ocorre o óbito, já que a adoção é muito rara nesses casos”, diz.
Raros também são os tipos de casos clínicos – principalmente neurológicos – encontrados no Cotolengo, o que acaba atraindo o interesse dos acadêmicos. A cada semestre, o complexo recebe 300 estagiários da área de saúde, e mantém convênio com diversas universidades.
A busca por melhorias contínuas na qualidade da assistência, o processo de acreditação e a expansão de serviços trouxe novos desafios para o Cotolengo, entre eles, o treinamento de novos funcionários de acordo com a realidade única do complexo, e a atualização do conhecimento científico da equipe do corpo clínico já em atividade no hospital. São mais de 270 funcionários distribuídos entre as 18 especialidades atuais, entre cuidadores, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e profissionais da equipe multidisciplinar.
Por isso, outro passo valioso do Complexo foi a incorporação da plataforma Clinical Skills da Elsevier. “Esperamos que a plataforma nos ajude na educação continuada do corpo clínico e numa preparação mais rápida e eficaz dos novos contratados (onboarding). Isso evita os altos custos com turnover, treinamentos e garante mais qualidade do cuidado e segurança para os nossos pacientes”.
Azevedo explica que o onboarding criado pelo Cotolengo envolve uma integração geral – políticas institucionais, valores Orionitas, programa de integridade, procedimentos de gestão de pessoas, entre outros – seguida de uma integração setorial no Núcleo de Educação Permanente (NEP), onde o enfermeiro responsável treina o novo funcionário de acordo com os protocolos assistenciais do complexo de saúde. O recém-contratado só começa a atuar na assistência se, após o treinamento, obtiver as notas exigidas. A organização precisa garantir que o novo funcionário saberá evitar quedas, atuar no caso de uma broncoaspiração, aplicar o protocolo de dor e evitar lesões por pressão, exemplos de protocolos gerenciáveis da organização, hoje.
Sobre a disponibilização de conteúdos de treinamento para toda a força de trabalho do Pequeno Cotolengo, a enfermeira de Educação Continuada do Complexo, Suzana Maria Bianchini, diz que com a plataforma esse processo acontece “de maneira extremamente rápida e uniforme”. “Podemos direcionar o conteúdo a grupos e profissionais específicos, bem como acompanhar o desempenho na realização do treinamento. A possibilidade de personalização dos conteúdos, bem como de anexar imagens, vídeos e outros materiais que favorecem a aprendizagem torna a plataforma ainda mais amigável e adaptável às necessidades tanto da organização quanto dos seus profissionais”, conclui.