Como a inteligência artificial está revolucionando a Medicina
Em abril de 2019, Global Summit Telemedicine & Digital Health mostrará como as novas ferramentas e a inteligência artificial já estão revolucionando a Medicina no Brasil e no mundo. “Temos como objetivo desmistificar a inteligência artificial, situando-a no nosso dia a dia. O segundo passo é nomearmos o termo em nossa prática clínica e associá-lo à Telemedicina, robótica e Medicina em geral. Por fim, como podemos formar futuros médicos e profissionais da Saúde para essa realidade e quais profissões surgirão com este fenômeno? Se alcançarmos esses pontos, já demos um passo importante”.
Essa é a visão do coordenador do II Telemedicine Update, Chao Lung Wen, iniciativa preparatória para o Global Summit Telemedicine & Digital Health, que acontece de 4 a 6 de abril de 2019 no Transamerica Expo Center.
Chefe da Disciplina de Telemedicina da FMUSP, Chao pontua que a inteligência artificial está presente em situações simples da vida cotidiana, como em aplicações do Google Assistant e a Siri, que utilizam processamento de voz para atuar como assistente pessoal. Também estão no Facebook, que utiliza o reconhecimento de imagem para recomendar marcações em fotos; em aplicativos de reconhecimentos musicais; em tradutores on-line; e em mapas, por exemplo.
Ele traça algumas considerações importantes sobre o uso da IA na prática médica: “A inteligência artificial precisar ser ensinada e validada no campo acadêmico. Temos que treinar os médicos e profissionais da saúde para essa realidade e prepará-los para os questionamentos éticos, morais e sociais quanto a esse uso, além de observarmos os custos para montar e manter infraestrutura de banco de dados.”
IA
Luis Velez Lapão, da Universidade Nova de Lisboa, um dos conferencistas internacionais do Global Summit, também destaca a importância da IA no processo de decisão e na interação com os pacientes, resgatando os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas.
“Acima de tudo, precisamos considerar a vida sustentável na Terra. Ou seja, não podemos pensar apenas em novas tecnologias e ferramentas robóticas, temos que refletir ainda sobre a direção ética e econômica, porque enfrentamos um período complicado de mudanças climáticas cada vez mais evidentes, entre outras questões, como envelhecimento populacional, co-morbilidades, práticas medicamentosas exacerbadas, falta de recursos humanos em Saúde, custos altos de vida, desafios de digitalização e novos hábitos consumistas.”
Lapão reitera que a transformação digital em serviços de saúde trouxe três grandes impactos para a área: novas tecnologias digitais vinculadas à gestão/conhecimento dos processos de interação com pacientes e a importância da capacitação dos profissionais.
“Nesse sentido, precisamos focar nas melhorias do desempenho do sistema de saúde. De como essas novas tecnologias vão trazer melhorias aos pacientes e profissionais, a exemplo da redução de internações e economias ao setor. Por outro lado, como a Telemedicina integrará os serviços médicos.”
Ainda de acordo com ele, inicialmente a IA assumirá o papel de assistente nas diversas áreas da Saúde e, aos poucos, essas funções serão completamente automatizadas. No futuro, em sua visão, a ciência de dados e a inteligência artificial terão importância na formação curricular médica. E a Medicina terá a mesma equivalência da Telemedicina.
Robotização
Chao Wen exemplifica modelos de robôs já usados no mundo, como equipamentos de limpeza e higienização automática em hospitais, cuidadores em home-office e ferramentas que mimetizam o relacionamento emocional com animais, usadas em pacientes para tratamento de depressão, ansiedade e demência.
“A videoconferência é um sistema robótico, muitos hospitais a utilizam para agilizar o atendimento em UTIs e prontos-socorros. E temos ainda os robôs capazes de executar cirurgias delicadas”, acrescenta.
Opinião semelhante tem Tatiana Almeida, médica geneticista do Hospital Israelita Albert Einstein. Veja o que ela pensa a respeito da necessidade de os profissionais entenderem que as novas ferramentas vêm como formar de facilitar os processos das pesquisas baseadas em evidências.
“A máquina não substituirá o trabalho do médico, ele só irá ganhar tempo extra para execução de suas tarefas, com a agilidade dos recursos desse mecanismo. Dois pontos que devemos levar em consideração: nem tudo automatizado é inteligência artificial e não há Medicina Personalizada sem a atuação humana”, finaliza.
Global Summit Telemedicine & Digital Health
De 4 a 6 de abril de 2019 | Transamerica Expo Center – São Paulo
Inscrições e informações pelo site http://telemedicinesummit.com.br