Entidades lançam Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer
Para estabelecer as diretrizes e melhores práticas para a prevenção do câncer na América Latina e Caribe, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão especializado em câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS), e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançam o Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer, com apoio da Amigos Einstein da Oncologia e Hematologia (amigoh), iniciativa da área de Responsabilidade Social da organização que tem como foco atuar na prevenção da doença, além de fomentar pesquisas científicas para novos tratamentos oncológicos, incluindo doenças do sangue.
Esta é a primeira adaptação regional do Código Europeu Contra o Câncer, derivado do Código Mundial contra o Câncer, e reúne 17 recomendações para reduzir os riscos do desenvolvimento da enfermidade, que incluem a adoção de hábitos saudáveis, como parar de fumar ou consumir álcool, práticas regulares de exercícios, além de recomendações para detectar precocemente certos tipos de câncer. Quanto mais dicas forem seguidas, menor será o risco de desenvolvimento ou morte pela doença. Importante destacar que cada recomendação possui informações voltadas para a implementação de políticas públicas capazes de contribuir com a prevenção da doença na região.
“O Código é particularmente relevante para os profissionais da atenção primária, que são o primeiro ponto de contato com o sistema de saúde”, observa o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa da Silva Jr. “Esperamos que, por meio deste Código, possamos influenciar coletivamente mudanças positivas nas políticas e comportamentos de saúde, em linha com nossos esforços para prevenir o câncer”, complementa.
“O Código Mundial Contra o Câncer é uma iniciativa histórica liderada pela IARC, que oferece estratégia e metodologia padrões para o desenvolvimento de Códigos Regionais Contra o Câncer a fim de promover a prevenção da doença a nível mundial”, explica a diretora da IARC, Elisabete Weiderpass. “Esta metodologia ajudou a orientar os especialistas envolvidos no desenvolvimento do Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer para que pudessem avaliar e revisar com eficiência as evidências mais recentes, levando em consideração dados locais, quando disponíveis”, complementa.
O Código foi elaborado por mais de 60 especialistas da América Latina e do Caribe, divididos em grupos de trabalho e comitês. Vários especialistas brasileiros participaram do projeto, incluindo profissionais do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e viabilizado por meio da captação de recursos da amigoh que, em 2022, promoveu duas reuniões executivas no país. Nos encontros, que contaram com representantes de agências de saúde e câncer de toda a região, foram discutidas as diretrizes de prevenção e detecção precoce da doença considerando as condições epidemiológicas, econômicas, sociais e culturais da região, como pobreza, desemprego, falta de moradia, água potável e saneamento, dificuldades no acesso à alimentação saudável e infraestruturas de saúde. No caso do Brasil, especificamente, o Código irá validar e atualizar as recomendações já existentes.
“No Einstein, prezamos pela geração e compartilhamento de conhecimento em saúde, tendo a responsabilidade social como pilar. E o apoio ao Código vai ao encontro desse propósito porque, por meio dele, informações sobre prevenção de uma das principais doenças da atualidade poderão ser disseminadas de forma adequada à realidade da população latino-americana, atendendo às suas especificidades. E isso é promover saúde de forma ampla, ampliando acesso ao conhecimento, especialmente a grupos que mais necessitam dessa atenção”, diz Sidney Klajner, presidente do Einstein.
“Os objetivos do projeto de oferecer informações confiáveis para prevenção câncer, considerado um tema de saúde pública, para o maior número de pessoas, estão alinhados à missão do Einstein e também à da amigo_h de apoiar ações relacionadas à detecção precoce da enfermidade, além de fomentar pesquisas inovadoras na área. Estamos muito felizes em participar deste projeto em conjunto com o Einstein e entidades tão importantes em prol de uma causa que impacta a todos”, afirma Ida Sztamfater, Presidente da amigoh.
Segundo dados da IARC, atualmente, o câncer é uma das principais causas de morte na América Latina e no Caribe, e deve atingir 2,4 milhões de pessoas até 2040 – um aumento de 67% em relação às bases atuais. No Brasil, de acordo com o INCA, até 2025, são esperados 704 mil novos casos da doença anualmente.
A primeira edição do Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer, será disponibilizada em três idiomas: espanhol, inglês e português.