Cirurgia robótica: por que os médicos precisam se especializar
Por Carmen Alonso
Considerada uma das doenças mais incapacitantes da atualidade, em virtude de seu alto potencial de redução da mobilidade, autonomia e qualidade de vida, a artrose – também conhecida como osteoartrose – tem acometido cada vez mais pessoas em todo o mundo, em uma faixa etária cada vez mais jovem. Os casos dessa enfermidade devem ser registrados em 1 bilhão de pessoas até 2050, de acordo com um estudo do Instituto para Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), dos Estados Unidos. Atualmente, cerca de 15% da população mundial a partir dos 30 anos já começa a apresentar os primeiros sintomas desse quadro, conforme este mesmo levantamento.
Enquadrada no rol das doenças degenerativas, a artrose afeta cartilagens como as do joelho e do quadril, provocando seu desgaste e consequentes dores crônicas, estalos e enrijecimento da articulação. E se antigamente o fator “envelhecimento” era sua principal causa, hoje, os hábitos de vida têm contribuído em grande parte para os diagnósticos precoces – obesidade, sedentarismo, tabagismo e prática de exercícios físico de alto impacto e sem orientação profissional são alguns deles.
Diante deste cenário, torna-se imprescindível que os médicos – sobretudo os especialistas em ortopedia – estejam preparados para lidar com os avanços desses casos e possam oferecer os melhores e mais tecnológicos tratamentos a esses pacientes. Quando a artrose atinge níveis avançados e acomete cartilagens como as do joelho e do quadril, a única saída efetiva é a substituição da articulação por uma prótese ortopédica. E nesse sentido, a cirurgia robótica sai à frente em termos de precisão, desde o planejamento cirúrgico até o posicionamento das próteses, possibilita a realização de procedimentos personalizados, além de permitir que os cirurgiões se mantenham atualizados com o que há de mais inovador no universo das artroplastias.
Aumento da precisão
A precisão fornecida pelas plataformas robóticas, que atuam de maneira centrada no cirurgião, é um dos motivos mais relevantes para que esses profissionais se capacitem para operá-las. Compostos por uma tecnologia que integra um braço robótico a softwares avançados, que realizam o planejamento pré-operatório em 3D e fornecem dados intraoperatórios, em tempo real, sobre tecidos moles e anatomia óssea do paciente, esses robôs indicam exatamente, com precisão submilimétrica, onde devem ser feitas as incisões e ajudam a definir o posicionamento ideal da prótese.
Cirurgias personalizadas
Vivemos a era da personalização e poder oferecer esse diferencial aos pacientes pode contribuir para um sucesso ainda maior das artroplastias, ao levar em conta suas necessidades anatômicas. Direcionado por dados pré e intraoperatórios, o apoio robótico permite que haja menor agressão tecidual, com segurança e respeito aos tecidos que revestem as articulações. Com a robótica, garante-se o melhor resultado ao paciente sem que o médico perca sua autonomia durante os procedimentos.
Resultados mais seguros e duradouros
Embora seja considerada uma questão relativa, que possa variar de caso para caso, a cirurgia robótica, devido à sua precisão e personalização, permite que os procedimentos sejam menos invasivos, o que impacta diretamente no tempo de pós-operatório e recuperação dos pacientes. Com incisões menores, mais precisas e o encaixe ideal da prótese, os pacientes podem ter menos dor, se sentirem aptos para realizar suas atividades de rotina de maneira mais rápida, reduzir o risco de complicações e da necessidade de cirurgias de revisão.
Sem dúvida, ajudar um paciente a recuperar o quanto antes sua saúde e sua qualidade de vida é o principal propósito de um médico. E nessa jornada, caminhar lado a lado com a tecnologia permite que esses profissionais se mantenham na vanguarda de sua especialidade, ampliando suas habilidades, dizendo sim às inovações e, sobretudo, protagonizando um legado de longevidade às vidas humanas. As cirurgias robóticas são o futuro da artroplastia e estar pronto para elas é mais do que uma escolha inteligente, é assumir um compromisso com a excelência na medicina ortopédica.
*Carmen Alonso é Diretora de Marketing da Zimmer Biomet na América Latina.