China usa inteligência artificial na luta contra a Covid-19

Por Vivaldo José Breternitz

As pesquisas têm mostrado que 6,5% dos pacientes infectados com o coronavírus podem ter seu estado de saúde agravado, o que em 49% dos casos pode levar à morte.

Esses números justificam o fato de ser preocupação prioritária das autoridades de saúde a identificação e tratamento precoce dos portadores que podem ter sua saúde afetada de forma mais séria.

Algumas grandes empresas de tecnologia vêm trabalhando nesse sentido. Uma delas é a chinesa Tencent, por meio de seu laboratório de pesquisa em Inteligência Artificial (IA), apoiado por um grupo de profissionais do setor público do país, chefiado por Zhong Nanshan, o principal cientista que atua no combate à covid-19 na China.

A respeitada revista científica Nature Communications publicou, há alguns dias, um modelo desenvolvido por essa equipe e que pode prever o risco de pacientes terem seu estado de saúde agravado. Esse modelo é baseado em Deep Learning, um dos ramos da IA e foi testado em 1.590 pacientes de 575 centros médicos da China e foi validado ao ser aplicado em 1.393 outros pacientes.

O modelo, chamado Calculation Tool for Early Triage of Critically-ill COVID-19 Patients using Deep Learning está disponível online, podendo ser encontrado no portal do Guangzhou Institute of Respiratory Health. Ele permite aos profissionais da área de saúde calcularem a probabilidade de que o estado de saúde dos infectados se agrave em cinco, dez e trinta dias, usando para isso dez variáveis, como idade, comorbidades e outras.

Outro gigante chinês da área de tecnologia que também vem desenvolvendo projetos na área, é o Alibaba, que, utilizando técnicas de Machine Learning e Deep Learning, também ligadas a AI, desenvolveu uma ferramenta para fazer previsões acerca da disseminação da covid-19; segundo a empresa, essas previsões têm precisão de 90%.

Todos esses esforços fazem parte da busca chinesa pela liderança em uma área realmente sensível, a IA. Em outubro de 2017, o presidente do país, Xi Jinping, durante o Congresso do Partido Comunista Chinês, fez um discurso de mais de três horas em que instou o país a se tornar o líder na área de IA “porque essa tecnologia dominará o mundo”.

Para atingir esse objetivo até o ano de 2030, o chefe supremo do país determinou que fossem investidos em pesquisa recursos da ordem de 150 bilhões de dólares, além de determinar outras providências, como a inclusão de IA nos currículos de todas as escolas do país.

Ainda é cedo para termos certeza se a liderança será realmente alcançada pelos chineses, mas seus movimentos vêm causando grande preocupação entre os únicos que podem se contrapor a eles na área: os Estados Unidos. Essa preocupação se acentua na medida em que o desenvolvimento da IA pode deixar os chineses capazes de competir de maneira mais eficiente com os norte-americanos não apenas no campo econômico, mas talvez (e principalmente) no campo militar.

Devemos seguir o exemplo dos chineses, no limite de nossas possibilidades.


*Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.