ChatGPT na saúde: um futuro (muito) próximo
Por Camilla Covello
Quem me acompanha há algum tempo já sabe que sou uma grande entusiasta da tecnologia, defensora do paciente no centro das atenções e, claro, uma amante da comunicação. Hoje, decidi unir todos esses pontos e trazer para cá uma discussão que tem martelado na minha cabeça desde o fim de 2022: o ChatGPT e seu impacto na área da saúde.
No fim do último ano, a OpenAI – líder em inteligência artificial – lançou o Chat Generative Pre-Treated Transformer ou ChatGPT. Ele consiste em uma tecnologia AI (Inteligência Artificial) que funciona como uma espécie de bate-papo, onde o usuário pode fazer quaisquer perguntas e solicitar textos e respostas em diferentes formatos e idiomas.
Mas, como isso pode afetar a medicina e a área da saúde? Bom, a tecnologia já reuniu profissionais e entusiastas na área da saúde para a realização de pesquisas. Recentemente li uma matéria da CNN, informando que a clínica norte-americana Ansible Health realizou uma série de testes de diagnóstico com o ChatGPT. A assertividade dos resultados foi tão grande que deixou os especialistas assustados.
Com isso, a grande expectativa é que a ferramenta seja uma aliada dos profissionais, principalmente, no futuro. Hoje, já conseguimos identificar alguns benefícios da tecnologia na área da saúde. Contudo, indago: como será em alguns anos? O ChatGPT irá evoluir juntamente com os avanços tecnológicos e, com isso, o esperado é que ele seja cada vez mais útil na medicina.
Para mim, existem alguns principais pontos de transformação que já podem ser visualizados com o avanço da tecnologia. São eles: a agilidade no diagnóstico, a assertividade na tomada de decisão do médico, o monitoramento dos pacientes crônicos, a prevenção de eventos adversos e a melhora do desempenho médico.
Entretanto, existe um detalhe que não podemos deixar de mencionar. Eu, particularmente, não acredito que o trabalho médico e a comunicação humana possam ser substituídos pela inteligência artificial, afinal, eles não contam com uma característica fundamental da medicina e que é intrínseca ao ser humano: a empatia.
De qualquer maneira, nós sabemos que todos estamos sujeitos a erros e, quanto maior o cuidado e assertividade das decisões, durante toda a jornada do paciente, melhor será a qualidade do atendimento. E é exatamente nesse contexto que vejo a AI como uma grande aliada.
É claro que, com os avanços, vêm novos cuidados. Precisamos focar, cada vez mais, no combate à desinformação. Porém, de forma geral, acredito que as tecnologias irão aprimorar a eficiência do setor e contribuir para que a área continue trilhando o caminho que se mostrou como grande tendência nos últimos anos: aquele em que o paciente é o ponto focal do cuidado.
*Camilla Covello é sócia e Chief Growth Officer (CGO) da Quality Global Alliance (QGA).