Hospitais do Uruguai iniciam processo para Certificação em AVC
O Programa de Certificação dos Centros de AVC na América Latina deu início às visitas técnicas presenciais aos centros hospitalares do Uruguai que encaminharam a documentação necessária para serem atestados com o certificado de qualidade no tratamento aos pacientes da doença, principal causa de incapacidade no mundo, com impacto social e econômico importantes. A certificação internacional é gratuita – concedida pelo World Stroke Organization (WSO), junto à Sociedade Ibero-Americana de Doenças Cerebrovasculares (SIECV).
O comitê do Programa, representado por Sheila Cristina Ouriques Martins, se reuniu com o ministro da Saúde do país, Daniel Salina, ocasião em que foram apresentadas as novidades da iniciativa e os benefícios da implementação dos Centros de AVC nos hospitais uruguaios.
O objetivo da certificação dos Centros de AVC é aumentar a qualidade do tratamento na América Latina, melhorando os desfechos dos pacientes. Ela é baseada no Roadmap, ferramenta que fornece padronização e consistência para a seleção de recomendações, e classifica os serviços em 3 níveis: 2 centros de AVC (Essencial e Avançado) e 1 serviço de saúde mínimo para áreas com baixo acesso a médicos. O Roadmap sugere recursos e protocolos a serem implementados em cada nível.
Além de todos os requisitos obrigatórios, os hospitais precisarão atingir pelo menos 75% dos elementos sugeridos no Roadmap para obter a Certificação da WSO/SIECV. Na segunda certificação, os centros precisarão atingir 85% dos elementos sugeridos. Além disso, devem mostrar melhoria nos indicadores de qualidade.
Critérios
Para o hospital ser certificado como centro essencial, entre os critérios obrigatórios estão: protocolos para avaliação e diagnóstico rápidos de pacientes com AVC no Hospital/Departamento de Emergência 24 horas por dia, 7 dias por semana; acesso a serviços básicos de diagnóstico e membros de equipe multidisciplinar, incluindo enfermagem com treinamento em AVC, técnicos de enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia. Além disso deve estar disponível o tratamento trombolítico do AVC (medicação endovenosa para desobstrução da circulação cerebral nos casos até 4,5 horas do início dos sintomas).
Já para a certificação como centro avançado, além dos itens citados, é preciso, entre outros pontos, ter um neurologista com experiência em AVC e dispor de neurocirurgia para AVC hemorrágico e trombectomia mecânica, tratamento por cateterismo para os casos de AVCs mais graves, aprovado neste ano para incorporação também no SUS (Sistema Único de Saúde).
Além disso, é fortemente sugerida a estruturação de Unidades de AVC (um conjunto definido de leitos, equipe e protocolos que são utilizados para o cuidado dos pacientes com AVC) ou um modelo de agrupamento de leitos em enfermaria clínicas, mas com equipe especializada em AVC.
Informações sobre como os hospitais podem solicitar a certificação podem ser acessadas no site http://www.globalstrokealliance.com/pt/certificacao/.