Enfermagem e Pandemia são destaques do novo Censo da Atenção Domiciliar
Edição 2021/2022 atualiza o panorama da Atenção Domiciliar à Saúde (home care) no Brasil e resultados reiteram que o setor segue tendência de crescimento, é fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde e desempenhou um papel relevante durante a pandemia de Covid-19. Encomendado pelo Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD) e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o único levantamento oficial do país específico do segmento teve coleta de dados entre dezembro de 2021 e maio de 2022 e aponta que o número de empresas atingiu 1.167, de acordo com dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), a maioria delas situadas nas regiões Sudeste e Nordeste.
Segundo a Fipe, além da atualização das informações do setor, o novo Censo NEAD traz novidades. Entre elas, dados sobre a adoção de métodos de telemedicina, sobre o impacto da pandemia na operação das empresas e análises comparativas entre os resultados da edição 2021/2022 e a anterior (2019/2020).
Com receita anual de R$ 12,3 bilhões nas modalidades de Atendimento e Internação Domiciliar, o setor é responsável por 103.655 postos de trabalho (60%, em média, Enfermagem) e pelo atendimento de 346 mil pacientes por ano. Com isso, na falta da Atenção Domiciliar, seriam necessários 35.432 leitos hospitalares por ano para absorver a demanda dos pacientes atendidos hoje pelo setor, ou seja, praticamente o total de leitos do estado da Bahia.
Pandemia: alguns números
- 1/3 das empresas de Atenção Domiciliar adotaram recursos de Telemedicina
- 90% delas atenderam pacientes com covid-19
Impactos do Piso Nacional da Enfermagem
A análise do potencial impacto da entrada em vigor da Lei 14.434/2022 mostra que o setor de Atenção Domiciliar está em situação muito mais vulnerável que o segmento de Saúde como um todo:
- Setor Saúde – necessário reajuste de 63,8% para Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
- Atenção Domiciliar – necessário reajuste de 98,5% para Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
“Mais uma vez, reafirmamos que as autoridades precisam conhecer nosso setor, entender nossas especificidades e nossa importância na gestão da saúde, de leitos, na prevenção e promoção de saúde”, afirma Ari Bolonhezi, médico, um dos fundadores do NEAD, atual diretor da entidade e coordenador do Censo NEAD-Fipe 2021/2022.